Muito interessante a proposta do site Independent Collectors. Abaixo o manifesto deles.

Independent Collectors – Mini Manifesto

We believe that collecting contemporary art is driven by one key factor: passion. Increasing that passion is our aim. To achieve this goal, we strive to share our passion with as many people as possible. Everybody is invited: to learn more about contemporary art, to question it, to inspire and be inspired. We’re not on a mission, but if we can excite others so much that they start collecting themselves, we’ll grow even more passionate.

We are convinced: The most important skill that contemporary art collectors rely on is instinct. But information and contacts are a great help. Independent Collectors is about making these accessible to everyone eager to share. We want to compile the perfect set of tools that we think all collectors should have at their disposal, whether they are new to collecting or experts: instinct, information and contacts.

For us, collecting is closer to hunting than to gathering, because that’s where the thrill is. And hunting is at its most thrilling outside traditional and protectionist structures. We are out to open up a new playing field full of fascinating opportunities and with a different set of rules. That’s why we created Independent Collectors.

Catei esse execelente texto do bernardo sobre o disco novo do CAetano lá no Camarilha dos Quatro.

caetano

Caetano Veloso é um dos mais importantes e produtivos artistas brasileiros em atividade. Cantor, compositor, violonista, poeta e cineasta, foi um dos arquitetos do Tropicalismo, movimento cultural capitaneado por artistas baianos, que mesclou vanguardas do século XX, cultura pop do Brasil e do mundo e política, revigorando a música popular e as manifestações artísticas brasileiras em geral. Entre discos solo, colaborações, parcerias e música para teatro e cinema, Caetano gravou quarenta e dois álbuns, sendo Zii e Zie o quadragésimo terceiro. (B.O.)

* # *

A julgar pelas críticas que li a respeito de Zii e Zie, suponho que escrever sobre um novo disco de Caetano Veloso deva ser sempre uma tarefa mais que complicada. Primeiro, em virtude da sensibilidade exagerada que o objeto evoca, pois, para o bem e para o mal, ela prejudica consideravelmente a perspectiva crítica. Quem ama não sabe bem porque ama, e se derrama em elogios nem sempre proporcionais à obra – como as comparações a Los Hermanos. Quem odeia, idem, embora geralmente construa argumentos menos convincentes e deixe transparecer aquela implicância que a verve irônica e falastrona de Caetano cultivou desde que ele se tornou uma figura pública. Resultado: o sumo e o sentido da obra se perdem e a proposta é pulverizada pelo olhar ideológico e apaixonado.

Outro “empecilho” é o fato de que um dos mais perspicazes críticos de Caetano, talvez o melhor, seja ele próprio. Através de entrevistas e, mais recentemente, do blog Obra em progresso, Caetano insinua uma indefectível habilidade analítica, criando elos entre sua produção e reflexões sobre a cultura, a política e as artes, à moda de um artista como Godard, por exemplo. No caso de Zii e Zie, cuja construção esteve atrelada ao blog, esta característica se intensificou na medida em que ele, com o auxílio de Hermano Vianna, construiu o conceito do álbum “às claras”, compartilhado o work in progress com fãs, amigos e parceiros. Aí eu pergunto: o que escrever depois que Caetano, como quem cria um jogo para desconstruí-lo frente aos jogadores, afirma que “Incompatibilidade de gênios” é uma influência para a sonoridade do álbum, pois sendo um samba “lacônico”, seco, “reduzido ao mínimo” com sua levada marcada e letra cruel, fornece ao grupo parâmetros para a construção musical e conceitual do álbum? Afinal, de fato os “transambas” que compõem o disco manifestam um despojamento certeiro, seco mas, ao mesmo tempo, minucioso. A sonoridade, como ele mesmo afirma, mantém-se numa freqüência rítmica calcada nas referências que balizam este álbum e o anterior, , quando os Pixies foram evocados pelos mesmos motivos. Para onde correr, após comentários tão determinantes e objetivamente críticos em relação a Zii e Zie?

Creio que afastando todo o afã midiático e toda perspectiva ideológica podemos acessar algo além. Assim, me aterei aqui ao resultado efetivo do álbum, elencando os elementos que fazem de Zii e Zie um belo disco, ainda que o melhor disco recente de Caetano continue a ser Noites do Norte. E aí, passo à primeira observação, pois reputo este álbum, particularmente na canção “Rock’n’Raul”, como uma guinada em seu modo de compor, bem como em relação a um registro sonoro mais seco, que dá o tom de e de Zii e Zie. Caetano busca uma sonoridade árida porque suas canções se tornaram mais áridas. Os hai kais da fase final de Leminski, em “Distraídos venceremos” e “La vie en close”, que foram preconceituosamente encarados como concessão, podem dar um parâmetro para esta “aridez” a que me refiro: trata-se do “less is more” de van der Rohe, fato que na biografia artística de Caetano pode ser encarado como uma reorientação radical, de uma espécie de barroco-pop para um rock minimalista e “bronzeado”, por assim dizer. É claro que a alegria solar de “A cor amarela” pode até evocar “Neide Candolina” em Circuladô, ou mesmo “Musa híbrida” em , mas daí é preciso lembrar que se há uma guinada, ela se realiza em um contexto já bastante específico, o que implica em eventuais recorrências e recontextualizações. De um modo geral, suas canções mais recentes tem revelado uma forma mais ligada ao rock no sentido do refrão forte e da estrofe com frases mais curtas (“Base de Guantánamo”, “Menina da Ria”). Em relação à temática, não há mudanças radicais, mas nota-se em Zii e Zie um interesse especial tanto no Rio de Janeiro (“Lapa”, “Falso Leblon”), particularmente em seus problemas raciais-culturais, temática que já estava de alguma forma situada em “O herói” e que, segundo o próprio Caetano, habita o título. Percebe-se também uma vontade irrefreável de falar sobre, descrever, insinuar idéias e impressões a respeito das relações sexuais, como em “Sem Cais” e “Tarado ni você”. Sem contar uma ironia e, falando mais claramente, um humor, por vezes jocoso, por vezes terrível, como no verso “Ecstasy, bala, balada / E me chama depois / Pra dar uma e dar dois”. A propósito, não conheço poeta contemporâneo que se aproprie do léxico coloquial de forma tão interessante quanto Caetano, como no exemplo acima, mas também em “Perdeu”, a obra-prima de Zii e Zie, a faixa mais comovente e impactante que Caetano compôs desde “O estrangeiro”.

O lirismo latente nos arranjos de Jacques Morelembaum se adequava perfeitamente às composições de Circuladô, Livro e às reinterpretações de Fina Estampa e A foreign sound, mas em Noites do Norte percebia-se um flagrante descompasso. As referências concretas de “Zera reza”, o minimalismo de “Cobra coral” e o tema da já citada “Rock’n’Raul” pediam uma mudança de orientação instrumental, que foi dada por Caetano e por Pedro Sá, guitarrista que surgiu no início da década de noventa com a banda Mulheres q dizem sim, e que tocava como uma combinação dos estilos de Lanny Gordin e John Frusciante. Para a Banda Cê, Pedro Sá convidou Marcelo Callado, do lendário (e intrigante) grupo carioca Carne de segunda e Ricardo Dias Gomes, ex-tecladista do não menos lendário Zumbi do Mato. O resultado produzido em Cê e, mais particularmente, em Zii e Zie casa perfeitamente com a estética punk das canções recentes de Caetano. Ressalto a beleza estranha e sinuosa dos ritmos de Callado, sobretudo nas versões “transamba” de “Incompatibilidade de gênios” e “Ingenuidade” (do grande compositor da Mocidade Independente, Serafim Adriano), ambas tiradas do álbum Clementina de Jesus, de 1976, com participação de Carlos Cachaça. E, claro, Pedro Sá, um guitarrista por vezes frio, tamanha a consciência manifesta em sua intervenções e levadas. Pedro Sá não é simplesmente um guitarrista de notas e acordes, mas um compositor de climas que, por acaso, se utiliza da guitarra como instrumento. Destaco o solo de “Incompatibilidade de gênios” e o fascinante arranjo de guitarras para “Perdeu”.

Se os roqueiros identificarão o rock, ou os sambistas o samba; se os saudosistas reclamarão um Caetano mais atrelado aos anos setentas ou mesmo a um repertório mais “nacional”, devido à presença massiva da guitarra; se torcerão o bico por opiniões e eventuais posições políticas do autor; se detalhes externos à obra determinarem o modo como algumas pessoas fruírão o disco… Tudo isso é tão previsível como inevitável. Eu, por mim, só posso dizer que não há aqui nem um disco de rock, nem um disco de samba, muito menos de um artista decadente em busca de revitalização a qualquer custo. Muito pelo contrário. Pode-se até não admirar o trabalho de Caetano, mas não se pode dizer de modo algum que ele é um artista entregue à auto-complacência, pois o que se ouve em Zii e Zie é a intrigante continuidade de uma carreira, de um modo de compor e, portanto, de refletir sobre a canção popular, um trabalho em andamento, vivo, intenso, mas paradoxalmente leve, extremamente leve… A maior testemunha desta leveza talvez esteja concentrada no momentos mais dramáticos do álbum: na lírica melancolia de “Perdeu” e no ateísmo sorridente de “Direrentemente”, onde eventuais polêmicas são diluídas por uma poética do movimento, justamente o elemento mais representativo da obra de Caetano, para além de todo o hype e toda baboseira em torno de sua figura. (Bernardo Oliveira)


A temporada 2009 do projeto Multiplicidade se anuncia e o publico ávido por novidade e apaixonado por cultura contemporânea já está em polvorosa para conhecer a programação. O curador Batman* Zavareze me antecipou apenas que, no próximo dia 28, a estréia acontecerá com as imagens em movimento do Cao Guimarães e som do grupo O Grivo (Nelson Soares e Marcos Moreira). A temporada não poderia começar melhor.

Cao Guimarães é hoje um dos artistas cuja obra eu mais acompanho e admiro (já falei isso aqui antes), pra mim Cao é um dos caras no planeta que melhor faz a aproximação e cruzamento entre cinema e artes plásticas. (outro dia falo melhor do meu desinteresse por 90% da video-arte que se produz hoje mundo afora). O Grivo apresentou na última Bienal de SP a obra mais interessante da mostra misturando música aleatória feita com ruídos e objetos vivos no terréo do pavilhão do Parque Ibirapuera. Além dessas qualidades individuais vale destacar também o entrosamento da dupla Cao-Grivo que realiza trabalhos em parceria desde um tempão atrás. Na quinta-feira, dia 28 as 19h30, a apresentação no teatro do Oi Futuro vai misturar filmes de curta metragem do Cao acompanhados por trilha executada ao vivo pelo Grivo. Um encontro que tem tudo para ser inesquecível. Experimentação som-imagem da melhor qualidade, diretamente do planeta Minas para as cabeças antenadas cariocas.

*Batman me falou também de um certo encontro Nina-Nuno em setembro mas me pediu para não adiantar nada. Vou ver se consigo descobrir mais alguma coisa por aí…

O argentino LINIERS é na minha opinião um dos maiores desenhistas de humor do planeta. De vez em quando Liniers convida algum colega pra fazer uma cover de sua tira Macanudo que é publicada no jornal LA NACION de Buenos Aires. Ontem o convidado foi o gaucho Adão Iturrusgarai, que criou essa tira aí brincando com os personagens do desenhista argentino.

Tá lá no Globo de hoje…

Publicada em 05/05/2009 às 23h49m
Paula Autran

RIO – Especialidade dos paulistanos tanto quanto o virado à paulista, a Virada Cultural vai ganhar temperos cariocas. Uma versão do evento que em São Paulo aconteceu pelo quinto ano seguido no fim de semana passado, e durou doze horas, está no forno no Rio. Só que aqui a porção de cultura será servida em 48 horas, das 21h de 5 de junho às 21h de 7 de junho. Como adiantou Ancelmo Gois, em sua coluna no GLOBO, o Viradão Cultural terá um número ainda não fechado de eventos espalhados por todas as regiões, gratuitos ou a preços populares. A ideia da secretaria municipal de Cultural, que conta com apoio institucional da Globo Rio, é virar a cidade para que todos possam conhecê-la melhor levando, por exemplo, eventos típicos da Zona Sul para a Zona Oeste. E vice-versa.

São shows, peças, exposições, tributos, filmes e até apresentações de blocos carnavalescos. Todos estarão em cartaz num dos quatro palcos que serão montados na Praça Quinze, em Madureira (provavelmente na quadra da Portela), em Santa Cruz (na rua, de preferência onde não atrapalhe o trânsito) e na Cidade do Samba, assim como numa das sete lonas da prefeitura em funcionamento. Cada local terá um conceito. Sem contar os teatros da rede municipal, os cinemas armados em seis praças, um palco sobre rodas (com atrações de teatro e música experimental), um trio elétrico (o “vira-móvel”, que na verdade tocará rock brasileiro)… As atrações principais estão sendo agendadas.

– Nossa ideia é marcar a ocupação das ruas com cultura. Para isto, tomamos como referência a ousadia paulista. Mas vamos ousar muito mais. Teremos muitas atrações, com um cardápio que atinge toda a produção cultural do Rio e espalhado por toda a cidade. Até por isto era importante ampliar o horário – explica a secretária municipal de Cultura, Jandira Feghali, acrescentando que o Viradão acontecerá todo ano. – Esta é não apenas uma forma de ampliar o acesso à cultura e integrar a cidade, mas também de ajeitar as ruas para os eventos. Tanto que estamos trabalhando em conjunto com órgãos como Parques & Jardins, Comlurb, CET-Rio e secretaria de Ordem Pública. Será um marco para o calendário do Rio.

Também estarão em cartaz esquetes de Nelson Rodrigues, exposições ao ar livre na Praça Tiradentes (coordenadas pela galeria Gentil Carioca), um corredor de máquinas junkie box programadas por três DJs também nos arredores da Tiradentes, uma edição extra do CEP 20.000 no Espaço Sérgio Porto, e um concurso de esculturas na areia. Mas, segundo Jandira, ainda tem gente aderindo, como casas noturnas da Lapa. Todos os participantes usarão em sua programação, que estará incluída num mapa a ser distribuído pela cidade, a logomarca do Viradão Cultural, desenvolvida por Hans Donner.

quinta, 12 de março. São 8h30, estou a caminho do aeroporto internacional Tom Jobim no Rio de Janeiro para receber um velho amigo italiano. Já no carro ele folheia o mapa em inglês que reune a programação das instituições e galerias de arte da cidade e o roteiro especial dos 58 espaços de arte em atividade nos bairros da Gamboa, Saúde e Santo Cristo.

Faz um ano que o lugar vem passando por um amplo processo de revitalização através de um programa de ocupação artística. A zona portuária virou o bairro das artes plásticas e está repleta de ateliês, galerias, projetos sociais, lojas especializadas, oficinas, escolas técnicas e teóricas.

Nossa agenda de visitas na região é intensa, o tempo é curto e o calor é gigante. A tarde começa na inauguração do ateliê da artista Tatiana Grinberg onde um quarteto de samba anima a festa. No primeiro andar há uma sala de aula com computadores e um depósito com obras em exposição e outras embaladas. No segundo andar grandes mesas, estantes com ferramentas e obras em processo. A próxima parada é uma visita ao galpão de Vik Muniz para conhecer o projeto social Aeroespacial. Vik está dando uma palestra e ficamos sabendo que foi naquele espaço que algumas séries de seu trabalho foram preparadas. Logo alí num prédio ao lado da rodoviária Novo Rio, o diretor de arte Gringo Cardia toca dois projetos de profissionalização para jovens carentes, a escola de teatro Spectaculu e a Kabum!, que oferece aulas de computação gráfica, design e fotografia. A tarde está acabando, e chegamos ao ateliê de Antonio Dias para conferir a instalação que o artista está preparando para sua nova exposição na Alemanha. A próxima parada é no sobrado que abriga o Ateliê do Artista Visitante, um projeto da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Está escuro quando chegamos ao Depósito Municipal de Arte que aluga boxes para artistas guardarem obras de grande escala em condições técnicas adequadas e preços acessíveis. A última parada é no Centro Cultural Municipal José Bonifácio para conferir as exposicões que inauguram. O lugar está lotado, pessoas já ocupam a rua e os carros passam com dificuldade em frente ao prédio neoclássico. É hora de encerrar a programação e partir para a roda de samba da Pedra do Sal.

Esclarecimento: Esse texto mistura realidade, ficção e sonho. Idéias de artistas que querem pensar novas relações entre arte-cidade e cidadania. Uma ação para encurtar a distancia entre a produção contemporânea que se faz no Rio e a população da cidade e seus visitantes. Espaços de artes plásticas promovendo uma mediação viva e nova com o público (diferente da relação comercial das galerias e da museologia mofada dos museus). Espaços de encontro, interação e diálogo entre artistas e público.

Raul Mourão
março de 2009

Adriana Varejão, José Bechara, Cabelo, Sandra Cinto, Vik Muniz e Cao Guimarães estão na exposição de pinturas “Antes de ayer y passado mañana; o lo que puede ser pintura hoy”, no MACUF – Museo de Arte Contemporáneo Unión Fenosa, em La Coruña, Espanha. A curadoria é do crítico espanhol David Barro, e a abertura é dia 5 de maio. A exposição permanecerá aberta ao público até 30 de setembro.

A exposição reúne um total de 65 artistas internacionais como Jason Martin, David Salle, Jannis Kounellis, Cecily Brown, Angela Bullock, Olafur Eliasson, Peter Halley, Martin Kippenberger, Fabian Marcaccio, Julian Opie, Fiona Rae, Anselm Reyle, Helena Almeida, Pedro Cabrita Reis, Günther Förg, Imi Knoebel, entre outros

SÍNTESIS DEL PROYECTO EXPOSITIVO

“Antes de ayer y pasado mañana; o lo que puede ser pintura hoy” busca reflexionar sobre cuál es el lugar actual de la pintura y cuáles han sido los más recientes avances teóricos y formales que ha experimentado la pintura en los últimos años. Una vez asumido que hablar de pintura ya no es lo que era y que debemos acercarnos a ella más como tradición que como técnica, entenderemos que la pintura es una idea, una forma de pensar, seguramente, sobre la propia pintura en su posibilidad de aprehender el mundo. Se podría decir que de la pintura sólo nos queda el propio término ‘pintura’, casi hasta el punto de que todo lo que se dice en torno a la pintura sería pintura en sí misma en tanto que manifestación de una actitud, de un posicionamiento que implique al artista estar continuamente repensando su lugar, y preguntándose no sólo el porqué seguir pintando sino para qué y cómo seguir haciéndolo. Cualquier cosa que ayude a crear una imagen puede ser una pintura, porque el tiempo de la pintura implica siempre una nueva definición.
A partir de esas cuestiones, el comisario de Antes de ayer y pasado mañana; o lo que puede ser pintura hoy, David Barro, que ya ha indagado en estas cuestiones en otras exposiciones como Sky Shout. La pintura después de la pintura (Auditorio de Galicia), Pintura sin gesto (Espacio de arte contemporáneo de Almagro) o En Construcción 1 (Fundación Pedro Barrié de la Maza) profundiza en el tema a partir de una doble vía: un libro que recrea y relaciona algunas de las situaciones sufridas por la pintura en los últimos años y una exposición colectiva entendida y formulada como un caleidoscopio de propuestas de diferentes medios y formatos.
Así, temas como la destrucción del espacio pictórico y las primeras amenazas de muerte para la pintura; el paso de la abstracción a la pintura pura; la pintura después de la pintura; la pintura reencarnada en fotografías y vídeos; el sentido del tiempo en la pintura; la pintura expandida y la invasión del espacio físico; el dibujo como modo de desformatear la pintura; o la estética de lo neobarroco; se analizan a partir de artistas que se han destacado en los últimos años como es el caso de Günther Förg, Imi Knoebel, Helena Almeida, Jean-Marc Bustamante, Angela Bullock, Jessica Stockholder, Jason Martin, Miquel Mont, Arturo Herrera, Julian Opie, Fiona Rae, Anselm Reyle, Katharina Grosse, Nathan Carter o Cecily Brown, Helena Almeida / Ghada Amer / Pedro Barbeito / José André Butzler, Helmut Dorner , Stefan Hirsig, Sam Samore , entre otros.

Vejam só que iniciativa fantástica aí embaixo. Poder público, organizadores de blocos, rede Globo etc convidando os foliões para conversar, discutir e curtir o samba bom. Só uma ação colaborativa como esses poderá trazer boas mudanças ao Carnaval de Rua Rio 2010. Parece que as coisas estão mudando para melhor…

Publicado no UOL em 25/04/2009 – 02h30

O relatório da curadoria da 28ª Bienal de São Paulo, dirigido à própria Fundação Bienal, sugere “revisão do modelo administrativo da fundação”, que passa por crise política, tem dívidas de mais de R$ 4 milhões e ainda não garantiu a participação do Brasil na Bienal de Veneza.

O documento assinado pelos curadores Ivo Mesquita e Ana Paula Cohen é uma compilação de discussões desenvolvidas em três séries de conferências desenvolvidas antes e durante a Bienal, que ocorreu entre 26 de outubro e 6 de dezembro de 2008 e ficou conhecida como Bienal do Vazio e foi marcada por uma invasão de pichadores no dia da abertura.

A produção desse relatório era prevista desde o início do projeto “Em Vivo Contato” para a 28ª Bienal, que pretendia levar para dentro da própria exposição a discussão sobre seu modelo, com a exposição de catálogos de outras bienais e debates ao longo da mostra. “Nossa idéia é que ao final da 28ª Bienal seja produzido um documento a ser encaminhado para a fundação com algumas sugestões e recomendações que nós do meio artístico brasileiro fazemos. A execução disso cabe à Fundação Bienal. Pretendemos tomar esta Bienal como um espaço de discussão e de sistematização dessas críticas e questões”, explicou Ivo Mesquita em entrevista ao UOL antes do início da exposição.

As sugestões do relatório da curadoria são bastante objetivas quando levantam a necessidade de transformações nos métodos administrativos da instituição, presidida por Manoel Pires da Costa, que deve deixar o cargo em breve, mas ainda sem nome confirmado para substituí-lo. “A revisão da estrutura organizacional e do modelo de gestão administrativa da Fundação Bienal, que apareceu diversas vezes ao longo do debate como algo urgente, deve ter como objetivo imprimir racionalidade, planejamento e um caráter programático para tornar efetiva e sistemática a realização da exposição Bienal, adotando métodos e procedimentos transparentes, orçamentos controlados e realistas, e buscando eficiência e aprimoramento na implementação dos objetivos prioritários da instituição”, destaca o relatório.

De forma geral, o relatório reafirma a importância da exposição no cenário artístico nacional, mas indica que mudanças em seu modelo são fundamentais. “O futuro da exposição Bienal passa por reformas profundas na Fundação Bienal, que dependem, sobretudo, da atuação de sua diretoria e do seu conselho, mais do que da curadoria. Há uma pergunta que a comunidade artística gostaria de fazer, a cada conselheiro da Fundação: Qual o seu papel dentro da instituição? Foi sugerido que a Fundação Bienal deveria possuir um código de obrigações e procedimentos para seus conselheiros”, destaca o item relativo às recomendações do “Ciclo A Bienal de São Paulo e o Meio Artístico Brasileiro – Memória e Projeção”.

“Não há como negar que os objetivos a que a mostra periódica criada em 1951 se propunha, foram plenamente alcançados: São Paulo é um centro artístico internacional e os artistas brasileiros são participantes ativos no circuito globalizado das artes visuais hoje. Que papel pode, então, ter agora a Bienal de São Paulo diante de uma nova ordem profissional, técnica, econômica, institucional que ela própria ajudou a construir aqui e serviu de modelo em outros lugares?”, questiona o documento em sua conclusão.

Com participações de artistas, críticos e curadores brasileiros e estrangeiros, as conferências “Bienal de São Paulo e o Meio Artístico Brasileiro – Memória e Projeção”, “Backstage” e “Bienais, bienais, bienais” procuraram discutir o papel da Bienal de São Paulo no contexto nacional e seu modelo, em comparação a outros eventos artísticos mundiais.

Publicado em 24Apr2009 lá no Pop Up, blog do Bruno Nogueira.

mapa

Tarefa para o fim de semana 🙂 As agências Alavanca e Identidade Musical se juntaram para um projeto bem legal e importante. Eles querem fazer um mapeamento espontâneo da música independente no Brasil. Por isso desenvolveram uma pesquisa, a princípio, dividida em três partes. A primeira é direcionada para quem escreve em blogs e sites sobre música. São uma série de perguntas simples, como tempo do blog, assuntos principais, quanto tempo se dedica a ele, etc.

O esforço já está ganhando apoios e parceiros. A Associação Brasileira de Festivais IndependentesAbrafin e o Espaço Cubo, de Cuiabá, já chegaram junto para ajudar e o Pop up também entra no esquema. Se você tem um blog que fala sobre música, principalmente sobre música independente, não deixe de se fazer notado. Os próximos passos são música e público. O link direto da pesquisa é esse aqui, mas quem quiser saber mais sobre o projeto todo vale dar uma lida no site que eles bolaram.

Uma vez a cada 5 semanas sai um desenho meu na página 3 da Folha de São Paulo. Um convite do editor de arte Fabio Marra. Esse aí embaixo saiu domingo passado.

E esse outro no domingo, 22 de março.

Desenvolvido pela Tecnopop com conteúdo da equipe Sobremusica.
O texto de abertura é esse aí embaixo. Passá lá para conferir.

Está no ar a nova casa d’Os Paralamas do Sucesso, onde todas as novidades e toda a história da banda estará organizada para fãs e curiosos.

Os Paralamas sempre foram conhecidos pelo espírito de turma da banda e aqui vai ser o espaço para ampliar isso, com você de convidado. As atualizações vão ser frequentes e os comentários sempre fundamentais.

Aí embaixo da página estão links para myspace e orkut, que também vão ganhar tratamento especial a partir de agora. Depois de passear pelas seções daqui, como a de CDs e DVDs ou pela Biografia da banda, vale dar um pulo lá.

Aliás, ainda nas seções daqui, deixa a gente te apresentar ar primeiras: Jukebox do Herbert e Como Tocar. Na Jukebox do Herbert, vídeos onde o guitarrista lembra histórias relacionadas a determinadas músicas que lhe emocionam, sejam dos Paralamas ou não, e depois tocando na guitarra um trecho da música em questão. A gente começou com Vovó Ondina É Gente Fina, que afinal é parte do começo dessa história, né? Já Como Tocar vai ter sempre um vídeo para que você que toca guitarra, baixo ou bateria possa ver de perto como tocar uma música dos Paralamas. Assim fica fácil, né?

A história da banda também vai ser contada em fotos e a gente selecionou quatro galerias para dar o pontapé inicial. Tem foto da turnê do disco “Selvagem?”, lá no meio dos anos 80, quando deu pra ver que não tinha mais volta, e o Brasil seria pouco para as ambições paralâmicas. Tem foto também da primeira vez em que a banda decidiu tocar sentada, revendo a carreira até aquele momento: nos bastidores do Acústico.

E tem um ensaio para a próxima turnê, que tá ficando impressionante! Fora o material todo de divulgação do Brasil Afora.

Para começar, temos aí em cima o lançamento do clipe de “A lhe esperar”. A direção é de Rodrigo Lima e Eduardo Souza.

Sendo assim, cai dentro, se esparrama, e a gente vai batendo bola aqui nos próximos meses. A casa é sua. Falou?

ABERTAS INSCRIÇÕES
Junho/Julho

Público alvo
Estudantes a partir de 16 anos, matriculados em instituições de ensino
fundamental, médio, superior, público ou privado

Inscrições
27 de abril a 23 de maio de 2009, na secretaria da EAV em formulário
próprio.
De segunda à quinta das 9h às 21h, sexta das 9h às 17h e sábado das 10h às
13h.

Documentos
Comprovante atual de matrícula em instituição de ensino
Documento de identidade

Seleção
Será feita pré-seleção a partir dos formulários de inscrição. Os candidatos
pré-selecionados serão convocados para entrevista.

Entrevista
26 e 27 de maio de 2009 pela EAV.

Resultado
30 de maio no site www.eavparquelage.org.br

Cursos livres que visam familiarizar o aluno com atividades de apoio ao
sistema de arte: Fotografia de obra de arte, Iluminação para a arte e
Design de exposição.

Os cursos têm duração de dois meses com carga horária de 2 horas de aula
duas vezes por semana.

Período de aulas: 01 de junho a 31 de julho

Serão oferecidas 25 vagas por curso.

Curso 1
Design de exposição
Terças e auintas de 17h30 às 19h30
com Luiz Alberto Zuñiga e Cintia Kury Souto

Objetiva proporcionar ao aluno a experiência do projeto e da montagem de
exposições. Serão apresentadas de forma dinâmica imagens, plantas e
maquetes de diversos projetos, bem como as possibilidades formais e
processos de beneficiamento de materiais não convencionais.

Curso 2
Iluminação para arte
Segundas e quartas de 17h30 às 19h30
com Rogério Emerson

O curso objetiva proporcionar aos alunos conhecimentos básicos em
iluminação cênica, de exposição, de shows e de cinema, e a compreensão das
especificidades da iluminação de cada ambiente ou objeto.

Curso 3
Fotografia de obra de arte
Quartas e sextas de 9h30 às 11h30
com Beto Felício

A observação da luz e do objeto de arte são fundamentais para o
entendimento da obra e para a realização de sua fotografia.
Durante o curso serão abordados aspectos relacionados a natureza e
propriedades da luz, diferentes câmeras e suas características e
possibilidades, além da observação do objeto de arte como forma, contraste,
volumetria e textura

Mais informações
Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Rua Jardim Botânico, 414, Jardim Botânico, Rio de Janeiro
Telefone: (21) 3257-1800
www.eavparquelage.org.br

Encontro política de artes visuais com o Instituto Brasileiro de Museus no Museu Chácara do Céu, Rio de Janeiro

27 de abril, segunda-feira, 14h

Museu Chácara do Céu
Rua Murtinho Nobre 93, Santa Teresa, Rio de Janeiro – RJ
21-2224-8981 ou comunicacao@museuscastromaya.com.br
www.museuscastromaya.com.br

O objetivo é iniciar a construção de pautas e agendas para o campo da Arte Contemporânea. O convite é aberto, e dirigido, especialmente, aos artistas, curadores, críticos de arte, galeristas, colecionadores, professores, pesquisadores, colecionadores, profissionais de museus, para que expressem as necessidades prementes no campo da arte contemporânea. A construção de novas possibilidades de pautas e agendas envolve diferentes interesses, caminhos e encaminhamentos, por isso é tão importante sua presença.

Confirme presença pelo email carmen.paiva@iphan.gov.br

ROMARIO é o nome da exposição. Um trocadilho com o nome das 2 cidades onde moram os artistas em cartaz. Penso Roma e Rio e o mar no meio, penso Rio e Roma e uma terceira cidade inventada. Um mash-up urbano, uma mistura, uma fusão. Penso na brincadeira com o nome do grande ídolo e jogador de futebol. Então tudo parece piada e o humor contamina o pensamento. “Romário é o cara, Romário é o cara” a frase não me sai da cabeça. Talvez o futebol (que Giancarlo jogou profissionalmente no Cosmos de NY) seja um dos temas da exposição. Estou no taxi a caminho da galeria para acompanhar a montagem, conversar com os artistas e conhecer melhor os trabalhos que serão apresentados. Chove no feriado e o motorista aumenta o som, é um grito de estádio-guerra ofendendo torcedores, jogadores e diretoria do time adversário. O centro histórico está vazio e escuro. O motorista coloca agora o hino do Flamengo na versão funk do Mc Frank aos berros. O taxi me larga na Rua Primeiro de Março. Erro o caminho e depois acerto, chego na Progetti (a galeria mais bem localizada do Brasil) e as portas verdes de madeira estão fechadas. Lá dentro as pessoas gritam em italiano. Na fachada uma bola de futebol luminosa. Quando entro Marcos está sentado na pequena poltrona azul.

Primeiro andar. Um pedestal enorme aponta para cima, a princípio parece uma base gigante sem escultura, uma base só escultura como Faca só lamina de João Cabral (ou seria uma Faca só cabo?). Penso também no cachorro sem corpo de Eduardo Coimbra, na coluna infinita de Brancusi e nas falsas colunas de Jose Spaniol. Ao meu lado 3 pequenos bancos foram forrados com folhas de ouro e ganharam o nome de Loro (que em Italiano significa eles). O precário, o improviso, o ouro. Um pequeno barco-Bolinha navega parado na parede a minha esquerda. A deriva pede por socorro e sinaliza sua solidão piscando uma lâmpada verde. Barco-brinquedo sem mar, sem som, sem sal.

Segundo andar. O topo do imenso pedestal/base está ocupado por um balde onde pinga água sem parar. Quatro cadeiras amarelas no chão, paredes e teto. Como se tivessem sido deslocadas por rotação. Ao fundo as fotos onde agora tudo é chão. Vertigem. A exposição acaba em férias numa praia no sul da Itália. Rio na sunga de Marcos, Roma na camisa de Giancarlo.

Estou no centro do Rio e tento enxergar Roma. Todos os trabalhos agora apresentados na exposição foram realizados a 4 mãos. Trabalhos que combinam prazer, afeto, e afinidades. Marcos e Giancarlo se confundiram em um só para produzir obras impregnadas de alteridade e desprovidas da idéia de autoria individual. Vejo Rio, Roma, Giancarlo, Marcos, arte e diversão. Tudo misturado.

Preciso ir para casa, prometi um texto para o catálogo. A tela branca do computador é a próxima parada.

Giancarlo Neri e Marcos Chaves na Galeria Progetti
Abertura dia 25 de abril, sábado, 15h – 19h.
Visitação de 28 a abril a 13 de junho.
Travessa do Comércio 22 (próximo ao Arco dos Teles)
Rio de Janeiro, Brazil
Telefone: 22219893
E-mail: info@progettirio.com

Não conheço Alê Youssef (apesar da relação Tecnopop – Overmundo), também não conheço o novo Studio SP ali na Augusta (no da Vila Madalena eu vi Nina Becker, Do Amor, Catatau etc). Mas leio sempre as colunas dele na Trip e outro dia descobri o Outra Política, blog dele que já está devidamente assinado no meu RSS/Google Reader. Ouvi dizer por aí que ele está procurando imóvel para abrir o Studio Rio… O resultado é que os amantes da boa música na cidade estão empolgadíssimos com tal possibilidade, a cena cultural do Rio precisa imediatamente de empreendedores como Alê Youssef.

segue abaixo um texto q catei lá no blog dele…

CIDADE BIPOLAR

Passei as últimas duas semanas ajudando a Prefeitura de São Paulo, mais especificamente a Secretaria da Cultura, a viabilizar o Palco das Casas Noturnas, que junta os principais DJs dos principais clubes de São Paulo, em um palco no centro da cidade durante a Virada Cultural. Ano passado, ja tinha trabalhado bastante para viabilizar isso, pois achava que era uma passo importante para aproximação da noite com o governo municipal. Imaginava que dessa relação pudessem surgir parcerias e uma necessária valoriacão estratégica por parte de quem detém o poder municipal, da noite e da cultura aternativa da cidade por consequencia.

Mesmo não tendo acontecido absolutamente nada de novo do ano passado pra cá – e olhem que tentamos levar o movimento NOITE VIVA adiante, nos reunimos com algumas figuras do governo, protocolamos propostas sobre economia da criatividade, turismo, desenvolvimento social, gereção de emprego, revitalização urbana etc – decidi atender o pedido da Secretaria da Cultura e, a exemplo do ano passado, tentar juntar todos os clubes me torno do tal palco.

Em meio a esse processo, tive uma terrível surpresa. Na última quinta feira, dia 26 de abril, fiscais da mesma Prefeitura de São Paulo, mais especificamente do PSIU – Programa de Silêncio Urbano, acompanhados pela Força Tática da Polícia Militar, realizaram uma grande blitz na Rua Augusta. Não sei exatamente qual era o propósito, mas distribuíram multas e fecharam estabelecimentos que supostamente funcionavam fora do período permitido: 1h da manhã. O meu Studio SP, também foi abordado por essa força tarefa municipal.

PM’s com fuzis na mão entraram na casa, obrigaram o DJ da noite a parar o som e retiraram de forma truculenta as centenas de pessoas que aguardavam ansiosamente o show da excelente banda de dub Echo Sound System. Toda essa movimentação era inspecionada por uma arrogante fiscal da Prefeitura que dava as ordens aos policiais. O motivo foi o que relatei acima: estavamos supostamente funcionando além do horário permitido.

Apesar de termos documentos necessários para funcionamento, protocolo que deixa claro qual a função social da casa e horário para desenvolvimento das atividades, bem como laudo acústico e tantas outras coisas necessárias, além de sermos uma casa bastante conhecida com larga exposição na mídia dos nossos shows e atividades (incluindo horários), fomos solenemente ignorados pelo fiscal que adotou a postura mais autoritária e arbitrária que ja presenciei na minha vida. Assistir ao desfile dos PMs com fuzis na mão lembrou a ações radicais de desmonte dos pontos dos “subversivos” da época da ditadura. Trataram os fãs da banda e os artístas como criminosos e os funcionários do STUDIO SP como chefes de quadrilhas.

Na sexta feira, depois dessa ação imbecil, reabrimos a casa normalmente pois não tinhamos qualquer impedimento legal, a não ser uma multa aplicada baseada no erro do horário, da qual ja estamos recorrendo. Mas, ficou a boca o gosto amargo da injustiça e o sentimento que o Studio SP, seus artístas e seus clientes foram lesados profundamente.

Tomaremos medidas judiciais cabíveis, é claro, mas sabemos que elas não bastam pra resolver o grave e profundo abismo que existe nessa cidade que parece ter duas cabeças. De um lado a São Paulo que aplaude um espaço como o Studio SP, que lança talentos, resgata a música ao vivo e valoriza a arte urbana e que desempenha papel social em seus shows gratuitos. Aplaude tanto que convida a casa para participar da Virada Cultural e pede a ajuda para mobilizar os outros clubes. Do outro a cidade que agride, que cria dificuldades para vender facilidades, que é feia, careta, corrupta, sanguessuga e sem qualquer sensibilidade do seu real potencial. Essa é a cidade dos currais eleitorais, dos coronéis de bairro, dos mesmos políticos de sempre.

Vivemos numa cidade bipolar, de extremos e antagonismos. Precisamos começar a falar seriamente sobre isso. De toda forma, apesar de alguns conselhos para abandonarmos em protesto o evento que ajudamos a realizar, estaremos presentes ao palco das Casas Noturnas na Virada Cultural. Não vamos desistir tão fácil daquilo que acreditamos.

Caros,
Participei ontem à noite de um encontro com a Adriana Rattes, Secretária Estadual de Cultura. Ela está liderando uma cruzada pela aprovação, por parte da ALERJ, do projeto de lei das Organizações Sociais (OSs).
Através das OSs, o Estado se une à sociedade civil na gestão de equipamentos e projetos em áreas como a educação, a saúde, o desenvolvimento econômico e a própria cultura. O instrumento jurídico que consagra esta parceria é um “contrato de gestão”, no qual o governo se obriga a transferir os recursos necessários para que se realize o proposto em contrato e a OS se obriga a atingir metas e resultados também previamente estabelecidos. Um instrumento importante para induzir a transparência, a gestão por resultados (e, portanto, a eficiência e a eficácia no uso de recursos públicos), bem como para dar maior sustentabilidade às políticas públicas (que passariam o poder perpassar os ciclos políticos) e para romper os laços patrimonialistas que até hoje tanto poluem a nossa sociedade.
14 estados brasileiros já possuem leis de OS e o Rio (mais uma vez…) ficou para trás… São geridos por OSs, por exemplo, a OSESP, o projeto Guri de São Paulo, o Porto Digital de Pernambuco…
O projeto, obviamente, esta enfrentando reação explicitamente desfavorável por funcionários públicos, que temem (injustificadamente) perder a estabilidade do emprego e (agora com alguma razão) também temem serem avaliados e cobrados. Há também uma oposição tácita, ainda mais perigosa, por parte daqueles que desde sempre se beneficiam, no lusco-fusco do nosso marco de poder, deste estado de coisas. Sem contar os politiqueiros: parece que boa parte do PSDB, por exemplo, tem se mostrado contrária ao projeto, quando se sabe que seu desenho original foi traçado pelo Bresser Pereira, no extinto MARE, no primeiro governo FHC, já há mais de uma década.
Adriana está coletando assinaturas de pessoas favoráveis ao projeto de lei. A participação de cada um de nós é importante.

É rápido: basta clicar em:

http://www.petitiononline.com/OSnoRJ/petition.html

Abraços,
André Urani

Giancarlo Neri e Marcos Chaves na Galeria Progetti
Abertura dia 25 de abril, sábado, 15h – 19h.
Visitação de 28 a abril a 13 de junho.

Travessa do Comércio 22 (próximo ao Arco dos Teles)
Rio de Janeiro, Brazil

Telefone: 22219893
E-mail: info@progettirio.com

Entrevistei Fausto sexta passada no Cervantes. 1h30 de conversa relembrando toda a trajetória profissional desde as primeiras apresentações relâmpagos em salas desocupadas na PUC do Rio ao mais recente livro-espetáculo Favelost. Na verdade um aquecimento para o bate-papo que vai rolar na Assembléia Geral no próximo dia 9 no ateliê da Lapa. Agora estou enfurnado lendo textos, teses, matérias de jornal sobre FF e em busca de imagens para ilustrar o evento.

Robos Efemeros – Natasha Wertmuller – Dallas Melrose – Santa Clara Poltergeist – Império dos Sentidos – Falange Moulin Rouge – Cidade Vampira – Quinta dos Infernos – Katia Flavia – Garota Sangue Bom – Rio 40 graus – Básico Instinto – Copacabana Lua Cheia… Meu mundo hoje é Fausto Fawcett e tenho Sharon Stone em meu coração.

Para ilustrar esse post as primeiras páginas de 2 contos do Fausto.

O Pacificador da coletânea Geração 90: os transgressores, organizada por Nelson de Oliveira (Boitempo, 2003).

Visita veneno da antologia temática A Visita, (Editora Barracuda, 2005).

Peguei esse texto lá no URUBLOG, o mais animado, original e inspirado blog de torcedor do país, premiado pelo iBest como melhor site de esportes em 2008 e uma das maiores audiencias da internet brasileira. URUBLOG é obra do genial redator Arthur Muhlemberg e leitura diária obrigatória para todos aqueles que tem o sangue vermelho e preto correndo nas veias.

Hegemonia, Eu Quero Uma Pra Viver

Passada a euforia pós-conquista de mais uma Taça Rio destinada a juntar poeira em nossa magnífica e, como o universo, em permanente expansão, Sala de Troféus lacustre, chegou a hora de dar uma analisada na consciência sobre a finalíssima do Carioca 2009. Se temos críticas, reclamações ou contribuições a dar ao nosso time o momento pra meter a boca é agora. Nem precisamos falar que no domingo o único comportamento socialmente aceitável aos integrantes das hostes rubro-negras é o apoio cego e incondicional ao sanguinário esquadrão vermelho e preto rumo ao Penta TRI.

Em consonância com a minha proverbial ignorância futebolística vou me abster de cornetar o Cuca e sugerir a escalação de fulano ou sicrano. Tais observações me parecem desnecessárias a essa altura do certame, pois se até um analfabeto tático como eu só precisou de 3 jogos pra se certificar que o Sheik Emerson não é um homem de referência na grande área, é óbvio que o nosso cerebral e equilibrado treinador também o percebeu.

Se essa percepção se traduzirá numa nova armação do nosso ataque só o tempo nos dirá, mas a partida de ontem deu a impressão de que Cuca finalmente tem o grupo nas mãos e já é capaz de explorar da melhor maneira as características de cada jogador. A entrada do jovem azougue Erick Flores na final da TR, no momento e no lugar certo e com muito espaço pra mostrar seu jogo veloz e vertical, é a maior prova do controle de Cuca sobre o elenco.

Ainda que admita a importância de todos esses detalhes táticos, técnicos e estratégicos creio que os fatores determinantes para o triunfo numa decisão sejam menos objetivos. Sei que vão achar essa conversa meio parecida com aquela caôzada de treinador de time de basquete de high school americana, mas no Flamengo sempre foi assim. Se não houver comprometimento, raça e vontade inabalável de vencer o campeonato não vai pra Gávea.

No Flamengo não temos o costume de ganhar nada de graça, é sempre tudo muito batalhado, muito sofrido. No domingo que vem o placar começa zerado, mas a verdade moral dessa partida é que o Flamengo entra em campo muito mais pressionado que o Foguinho. Não sejamos hipócritas e não ofendamos ao adversário com a desonra da piedade, eles não merecem esse esculacho.

Vamos falar objetivamente, o Foguinho é o underdog da disputa. Possui menos títulos, menos torcida, menos tradição e um elenco mais fraco. Logicamente que a obrigação de vencer é do Flamengo, que é maior, mais bonito, mais famoso e mais amado. Essa violenta pressão pelo êxito não torna nossa tarefa mais fácil, pelo contrário. Ainda que essa demanda constante pelos triunfos seja naturalmente assimilada pelos torcedores rubro-negros, nem sempre os nossos jogadores compreendem a gravidade do compromisso que assumem ao envergar o Manto.

Não quero ficar botando terror, mas o Flamengo, e quando digo Flamengo falo de todos no clube, do roleteiro da entrada da Mário Ribeiro ao Josiel, precisa se conscientizar da importância desse título. Ao contrário do Foguinho, que tem como motivação apenas a quebra de uma incômoda seqüência de vice-campeonatos, as raízes do título de 2009 para o Flamengo estão muito distantes, quase obscurecidas pelas brumas do tempo. Por isso os nossos motivos para vencer são melhores e mais importantes.

Não é preciso ter aberta a veia mediúnica para perceber no estrondo do Penta Tricampeonato o eco dos guerreiros ancestrais como Baena, Píndaro e Galo, pioneiros no flamenguismo sobre o gramado, e da longa seqüência de Pais da Nação que vem desde Domingos Marques de Azevedo, Felisberto Laport e Alberto Borghert. Digo isso pra não apelar citando os Validos, Didas, Zicos e Pets que construíram com seu talento e seus gols o magnífico paredão de títulos onde a turma de agora tenta, na humildade, colocar mais um tijolinho.

A hegemonia absoluta no futebol do Rio de Janeiro, condição honorífica que buscamos sem cessar durante os últimos 98 anos, encontra-se agora ao nosso alcance. O torcedor racional (uma paradoxo em termos) não exige vitória. Mas faz questão absoluta que o suor que gerações de rubro-negros deixaram em gramados, arquibancadas e gerais desde 1912 para nos aproximar da tão sonhada hegemonia seja respeitado.

O grupo que hoje representa o Mengão tem a rara oportunidade de entrar para a História pela porta da frente, como heróis. As recompensas por esse feito são incalculáveis, os guerreiros que o realizarem serão, mui justamente, lembrados e citados pela eternidade. Até por quem diz que o Carioca não vale nada. Mas nós sabemos que só não vale nada pra quem não é capaz de vencê-lo. Felizmente, esse não é o nosso caso.

de Sergio Paulo Rouanet

(mais um texto enviado pelo Fausto Fawcett, que está confirmadíssimo na primeira mesa da Assembléia Geral, dia 9 de maio na Lapa)

Há exatamente 250 anos morria em Potsdam, na corte de Frederico, o Grande, o médico Julien Offray de La Mettrie (1709-1751), vítima de um mal-estar gástrico provocado por um pastelão de faisão com trufas. É verdade que as más línguas, principalmente a mais viperina de todas, a de Voltaire, também hóspede de Frederico, juraram que o pobre homem não tinha morrido bem de indigestão, e sim dos remédios que ele receitara a si mesmo.

Como se não bastasse tanta maledicência, os devotos afirmaram que aquele ateu convicto tinha se convertido ao catolicismo antes de exalar seu último suspiro, mas podemos duvidar dessa conversão se levarmos em conta que pouco antes do seu triste fim La Mettrie tinha escrito que a felicidade consistia em segurar um copo numa das mãos e o biquinho do seio da linda Phílis na outra, “mandando ao diabo todos os preconceitos do universo”.

Por que relembrar hoje esse filósofo relativamente pouco conhecido? Porque de certo modo ele está mais na ordem do dia que a maioria dos pensadores do século 18. La Mettrie é autor de um livro célebre, “O Homem-Máquina” (ed. Mille et Une Nuits, 1,52 euros, França), cujo título é quase um resumo do anti-humanismo moderno.

leia o resto aqui.


A construção científico-tecnológica do homem pós-orgânico
Paula Sibilia

Se todas as sociedades produzem determinados tipos de corpos e subjetividades, quais seriam as características destas construções na sociedade contemporânea? Procurando uma possível resposta, este artigo analisa os atuais processos de hibridização homem-tecnologia pelo viés de uma certa tradição “fáustica” do pensamento ocidental. O “pacto” entre o homem contemporâneo e a tecnociência visa a ultrapassagem das limitações da organicidade, apontando para a construção de um ser híbrido “pós-biológico”, misto de corpo humano e artifício técnico. A informática, as telecomunicações e as biotecnologias alimentam o sonho neo-gnóstico da “pós-evolução”: através delas, o homem “pós-biológico” almeja se desvincular das restrições espaciais e temporais ligadas à sua materialidade orgânica, para atingir a virtualidade e a imortalidade.

leia o artigo lá no Rizoma.net.

Dica do Fausto Fawcett que já confirmou sua presença na primeira edição da Assembléia Geral, dia 9 de maio na Lapa.

Em breve solto mais informações sobre o encontro…