Texto do José Marcelo Zacchi lá no blog Conversas públicas. No perfil blogspot do José Marcelo ele se apresenta assim: Advogado dedicado a temas públicos, interesses diversos e comunicação. Diretor executivo do Instituto Overmundo, integrante do conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e colaborador de projetos variados em cultura, tecnologia, segurança pública e desenvolvimento. Carioca-paulistano-baiano, apegado à Ribeira e a Vanuatu.

Segue o post dele intitulado Fim da canção:

Fim da canção é um mote sedutor. Tem a atração acolhedora de toda melancolia.


Termino de ler o ensaio de Fernando de Barros e Silva, na revista Serrote, sobre o assunto.

Como todos antes dele, ele persegue a lebre levantada por Chico Buarque no final de 2004 (em entrevista ao próprio Barros e Silva): “Assim como a ópera, a música lírica, foi um fenômeno do século 19, talvez a canção, tal como a conhecemos, seja um fenômeno do século 20. No Brasil, isso é nítido. […] Quando você vê um fenômeno como o rap, talvez seja o sinal mais evidente de que a canção já foi, passou.”

O texto é bom, repleto de insights e referências instigantes. A tese é simples: a proposta de Chico não pode ser tomada ao pé da letra, ou da partitura, mas sim em seu conteúdo simbólico. A canção, é claro, continua a existir, apenas com menor originalidade e centralidade (como a ópera, sempre se poderia dizer). Não vem ao caso discutir isso. O fim que conta é o do mito/projeto dela como expressão refinada de uma identidade comum do povo brasileiro.

E conta mais, propõe Fernando, pelo que revela dos caminhos do Brasil de hoje: “Se essa discussão vai além de um cabo de guerra tolo entre especialistas, para tocar, como sugerimos, em um nervo sensível da cultura, é também porque ela transborda por todos os lados e exprime uma dúvida de fundo a respeito do momento histórico atual.”

O fim do mito da canção seria o correspondente estético do esgotamento de seu projeto político. Fala José Miguel Wisnik: “No Brasil, a possibilidade de haver música popular difundida em grande quantidade e com extraordinária qualidade ligou-se ao mesmo tempo ao horizonte de uma modernização progressista do país.” Este horizonte, diz Barros e Silva, é que teria sumido junto com a canção do nosso campo de visão.

Não é pouca coisa. E alguém poderia sugerir que é projeção demais para um pobre violão (tanta expectativa em torno da música popular faz pensar no Fitzcarraldo de Werner Herzog, empenhado em levar ópera Amazônia adentro). Mas é justo também: a canção popular no Brasil guarda a marca profunda de um tempo (ou de um século, como propõe Chico), e um tempo em que todos souberam cantar “Chega de Saudade” tem sua beleza a ser velada.

Só que Fernando de Barros vai além. Logo depois de alertar que o mito/projeto em questão nunca foi muito mais do que das classes médias letradas dos centros urbanos, trai-se na constatação de um “rebaixamento brutal do gosto” e uma “regressão da audição” no Brasil de hoje, por conta da hegemonia de gêneros como o neosertanejo, o axé ou o pagode (e é sintomático que não lhe ocorra então falar em funk, brega ou forró eletrônico). Recorre a uma excelente oposição proposta por Marcelo Coelho entre “Gente Humilde” (“e eu que não creio, peço a Deus por minha gente, é gente humilde, que vontade de chorar”), de 1969, e “Subúrbio” (“lá não tem claro-escuro, a luz é dura, a chapa é quente, que futuro tem aquela gente toda), de 2006, para enxergar aí um Chico Buarque, como aquelas mesmas classes médias letradas, inquieto diante da afirmação regressiva de linguagens e poderes periféricos.

Nesta leitura, o “fala Penha, fala Irajá, fala Encantando, Bangu, fala Realengo” de “Subúrbio” seria antes uma rendição do que uma saudação. O “evoé, jovens à vista” de “Paratodos”, em 1993, não teria sido bem para esses jovens (os da “língua do rap”). E Chico estaria então “exilado dentro de casa” – a canção, o Rio de Janeiro, o Brasil.

Não é o caso de disputar com Barros e Silva a primazia da interpretação de Chico Buarque (o mesmo de “Carioca” e “Baioque”). Mas talvez seja o de propor que cada um fale por si.

Chico em 2004 apenas cantava a bola da década de Lula, das periferias emergentes e do “agora por eles mesmos”. E o fazia com a grandeza e generosidade habituais, sem em nenhum momento pedir que não se altere o samba tanto assim. Não é a ele portanto que qualquer saudosismo deve ser imputado.

Já eu, por exemplo, escrevo tudo isso sem conseguir deixar de pensar na “Lapa” de “Guinga e Pedro Sá”, “Lula e FH”, cantada por Caetano ainda no ano passado. Ou em Mano Brown reverenciando “Construção” na Rolling Stone. No êxito não-tutelado dos dois filhos de Francisco, de Chimbinha e Joelma, Marlboro e Márcio Victor (e de Lula também, por que não?). Em Marina Silva e MV Bill advogando educação de qualidade.

As imagens poderiam multiplicar-se, até bem além dos limites do “nosso samba” de “Feitiço”, que já em 2002 tinha “mangue beat, berimbau, hip-hop, Vigário Geral, Capão Redondo e Candeal”. E funk. Imagens todas, creio eu, da mesma década antevista por Chico e que escapam sugestivamente ao radar de Barros e Silva.

Não ignoro, é claro, as acusações de complacência que sua invocação pode despertar. Nem o muito por avaliar na distância entre o país, a “nova classe média” e a musicalidade que resultam daí e os roteiros de progresso e inclusão traçados pela canção. Mas gosto de refletir sobre a oposição entre as repetições insistentes de “tem” em “Feitiço” e de “não tem” em “Subúrbio”. E vejo inícios (ou continuações) demais em tudo isso para satisfazer-me com o “fim de linha histórico” a que Fernando de Barros chega no final de seu ensaio.

Tem mais samba o perdão que a despedida. Diante de um texto tão genuinamente belo como o de Barros e Silva, não serei eu a reivindicar a massa afinal comendo o fino biscoito que fabricamos. No fundo, a motivação fundamental desse artigo é apenas a de não poder deixar de notar os riscos de excessos no trato tanto com mitos, quanto com contramitos. Ao apontar a mistificação contida nas expectativas das classes médias letradas em relação à canção, Fernando de Barros lembra como elas “muitas vezes, inclusive no período em questão, confundiram suas aspirações (e ilusões) com os interesses nacionais”. Talvez seja preciso cuidado para não fazer o mesmo com as desilusões.

73’28” é o título da escultura abaixo que está lá na exposição Liberdade é pouco… na Rua Maria Angélica, 678. O título da obra se refere a duração do movimento, do ponto inicial de impulso máximo até o repouso absoluto. A peça em aço pesa aproximadamente 104 kg e estará na exposição Balanço Geral que inaugura dia 25 de março na Subterrânea em Porto Alegre.

O próprio título da exposição já é em si uma provocação. Mesmo sabendo que menos é um advérbio, portanto, invariável, quantas vezes já não ouvimos a “concordância” para o gênero feminino por pessoas das mais diferentes classes e idades. Menas está na fronteira entre tudo o que não vale e o vale-tudo. E essa provocação é a proposta da exposição que ocupa cerca de 450 m2 do Museu da Língua Portuguesa, uma realização da Tecnopop em parceria com a Automatica e Artifício.

De acordo com a norma culta do português brasileiro, “menas” é palavra imprópria, inadequada, incorreta. Ela não consta dos dicionários e tampouco do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Entretanto, “menas” não se deixou abalar e continua afirmando sua existência. A palavra está nas ruas e na fala de muitos brasileiros. Adquiriu tamanha notoriedade que foi, agora, alçada à categoria de título de exposição no Museu da Língua Portuguesa. Isso porque MENAS, a exposição, defende a ideia de que há mais maneiras de analisar a linguagem do que a velha dicotomia do certo ou errado. Queremos mostrar que a linguagem é uma das mais intrigantes habilidades humanas e que essa habilidade está sempre submetida a avaliações e julgamentos. A verdade é que, no momento de fazer essas avaliações e esses julgamentos, devemos considerar que os usos linguísticos, que os modos de falar e escrever são sempre variados e criativos. Eles mudam com o tempo, pois a língua é dotada de um dinamismo que acompanha as mudanças da própria sociedade. Segmentos sociais perdem prestígio, enquanto outros o adquirem. Com a língua, ocorre fenômeno semelhante, o que afeta diretamente nossa capacidade de julgamento do que estaria certo e do que estaria errado, do que é aceitável e do que não é.  Numa sociedade plural e democrática, sempre haverá, de um lado, quem considere que a correção linguística é absoluta e, de outro, aqueles que adotam uma postura de relativismo completo, afastando-se desse tipo de discussão. Entre concordar com cavalheiros cheios de certeza ou com os que acham uma perda de tempo preocupar- se com o “certo” e o “errado”, MENAS tomou outra direção: decidimos expor os visitantes a um conjunto das mais diversas situações linguísticas, convidando-os a tirar suas próprias conclusões.
Entre brincadeiras, reflexões, frases de todo tipo e arte literária, MENAS propõe uma discussão que desafia nossas certezas, diluindo parte das fronteiras entre o culto e o popular.
Aproveite então para experimentar uma nova percepção do português brasileiro.
MENAS é mais.

Este sábado, dia 13 de Março ,`as 18H, Mari Stockler e Lola Lustosa apresentam em primeira mão a performance/instalação, PELE A PELE no CENTRO DE ARTE HÉLIO OITICICA, alí na Rua Luís de Camões, 68, Centro, Rio. A música é do Arto Lindsay.

Partindo do conceito de Jardim como representação do Paraíso, o artista busca em parques e jardins observar e registrar como as pessoas se relacionam e interagem numa natureza idealizada.

Originária da observação à distância, as narrativas construídas tentam compreender o indivíduo e a natureza a sua frente, como numa expedição de reconhecimento. As imagens captadas pelo ato fotográfico são posteriormente catalogadas e organizadas.

Através do registro de vários aspectos da mesma cena, o artista captura no tempo/espaço aquilo que escapa aos nossos ‘olhos’. Os fatos que ocorrem nos locais escolhidos como que estabelecem uma narrativa. Por fim, as imagens de desconhecidos se transformam em não lugares que reafirmam a impossibilidade destes paraísos e a domesticação das paisagens idealizadas.

Na mostra “O Jardim – Faço nele a volta ao infinito”, Albano Afonso apresentará uma nova série de fotografias e vídeos pensados para o espaço da Galeria Artur Fidalgo.

A exposição, composta de 06 obras, sendo 04 polipticos, trata da construção do imaginário e da relação do homem com a natureza.

Horário de início:
quinta, 11 de março de 2010 às 19:30
Horário de término:
quinta, 8 de abril de 2010 às 14:00
Localização:
GALERIA ARTUR FIDALGO
Endereço:
Rua Siqueira Campos 143 ljs. 147 / 150 2° Piso
Cidade:
Rio de Janeiro, Brazil
Os caras do DigitalDubs estão agora aprontando regularmente aqui na Lapa, logo alí n’A Casa de Jorge, e com sound system feito por eles mesmos. Lá no URBE eu peguei esse post/entrevista aí embaixo.


Diz o Bruno Natal (do URBE):
Dia desses conferi ao vivo as novas caixas de som do Digitaldubs, na bacana Casa de Jorge, numa noite que teve ainda uma exibição do documentário “Dub Echoes”.
Ainda não tive a sorte de me deparar com o Yellow P e o Dubversão na rua, sobre o qual sempre se falou bem, mas o grave dessas bichinhas da foto é assustador, nunca vi coisa igual por aqui. As pessoas na pista de dança faziam uma meia lua em frente a torre, evitando receber as pancadas de frente.
Escrevi pro MPC pedindo pra ele contar um pouco a história desse verdadeiro sound system. Uma alegria poder finalmente ouvir reggae da maneira que ele deve ser ouvido aqui no Rio.
Fala MPC:
“Foi a gente que montou mesmo. Foram alguns anos de pesquisa, realmente fiz tudo pra ficar o mais proximo possivel do nível que é na Europa. Conversei com varios amigos que tem sound systems pelo mundo ou conhecem bem essa cultura e também os PAzeiros daqui até chegar nesse formato. Demoramos pra fazer, pra fazer direito. Tudo no seu tempo 😉
“Falando m números não é nada impressionante, mas presenciando ao vivo você viu como é! Arredondando, são praticamente 4 mil watts de potência só pro grave, mais 2 mil e pouco para os médios e agudos. As caixas de grave são do modelo “super scoop” e foram montadas por nós mesmos, sob comando do
nosso rasta-marceneiro Ras Mizinho.
“Além do projeto e do set up personalizados, o que mais diferencia mesmo é como usar o equipamento. Em outras mãos o mesmo som pode soar diferente – como é o caso de shows em PAs normais que, dependendo do engenheiro de som, pode soar melhor ou pior. Tem também o tipo de música – o projeto é feito pra tocar especialmente reggae e dub, outro tipo de som não vai soar a mesma coisa.
“Concluindo: o sound system é somente uma ferramenta pra tocar a música – e por consequência, passar a mensagem. Mas como já é sabido, “o meio é a mensagem” e pra se ter total experiência da música reggae
não basta escutar no iPod, tem que sentir o grave no corpo todo com a ajuda de um sound system de verdade!”

73’28” é o título da escultura acima. Trabalho novíssimo em aço 1020 com resina sintética medindo 140x123x45cm. O título da obra se refere a duração do movimento, do ponto inicial de impulso máximo até o repouso absoluto. Pesa aproximadamente 104 kg. As fotos são do Quito.

Peguei lá no blog Posto 12, da arquiteta Ana Luiza Nobre.
Hoje, 1º de março, às 11h, no IAB-RJ (Rua do Pinheiro, 10, Flamengo), será lançado o edital para o Concurso Nacional de Projeto de Arquitetura e Urbanização do Museu do Meio Ambiente (órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente). O objeto do concurso é a expansão do museu – hoje instalado num palacete eclético – e o tratamento urbanístico e paisagístico de seu entorno, que totaliza uma área de cerca de 8.600 m2 dentro do Jardim Botânico. A expansão deverá compreender dois novos edifícios, totalizando 1.400 m2 de área construída: o Anexo I, destinado a espaço expositivo, e o Anexo II, para auditório e apoio administrativo. As inscrições vão até 16 de abril. Mais informações pelo telefone (21) 2557-4480 ou aqui: http://www.iabrj.org.br/

texto de FABIANE LEITE – Agencia Estado, no site do Estadão.

SÃO PAULO – O corpo do empresário e bibliófilo José Mindlin, de 95 anos, deve ser enterrado hoje no Cemitério da Vila Mariana, na zona sul de São Paulo. Mindlin morreu nesta manhã após um mês de internação no Hospital Albert Einstein para tratamento de uma pneumonia.

Nascido em São Paulo, em 8 de setembro de 1914, Mindlin estudou Direito na USP e fez cursos de extensão universitária na Universidade de Columbia, em Nova York. Advogou por alguns anos, deixando essa atividade para fundar a empresa Metal Leve, que se destacou no setor de peças para automóveis e hoje é controlada pela multinacional alemã Mahle. Ele foi diretor da Metal Leve durante 46 anos, deixando a empresa em 1996.

Aos 32 anos, financiado por um empresário, conseguiu um sócio e fundou a livraria Parthenon, em São Paulo, especializada em livros raros. E assim iniciou seu périplo em busca de obras raras para sua biblioteca particular.

A sua paixão pelos livros fez com que chegasse a ter 45 mil volumes, colecionados desde os anos 30. Esse acervo incluiu raridades, como a primeira edição de Grande Sertão: Veredas de João Guimarães Rosa. Em junho de 2009, ele doou sua biblioteca, a maior coleção particular de livros do Brasil, para a USP, transformando-a na a biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. A Brasiliana USP, é um projeto acadêmico da Universidade de São Paulo que reúne a maior coleção de livros e documentos sobre o Brasil, um moderno edifício de 20 mil metros quadrados na Cidade Universitária.

Mindlin ocupou a cadeira 29 da Academia Brasileira de Letras. Foi eleito em 20 de junho de 2006, sucedendo o escritor Josué Montello. José Mindlin deixa quatro filhos, 12 netos e 12 bisnetos. Sua mulher Guita morreu em 2006.

Velório
Figuras importantes no cenário nacional passaram pelo velório de José Mindlin no Hospital Albert Einstein, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador José Serra, o prefeito Gilberto Kassab, a ex-prefeita Marta Suplicy, o reitor da USP João Grandino Rodas, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer, o economista José Pastore, o maestro Júlio Medaglia, o rabino Henry Sobel e o senador Eduardo Suplicy.

“Mindlin foi um resistente contra a ditadura e prestou apoio quando Herzog foi morto. Era uma pessoa que se preocupava com o País”, disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

“Mindlin será lembrado por doar sua coleção de livros à USP e ajudar na digitalização dos mesmos. Isso é importante por que no Brasil não temos a prática de doar”, comentou a ex-prefeita Marta Suplicy. “Ele foi um homem que ajudou o Brasil a ser um País melhor”, completou o senador Eduardo Suplicy.

 lá do G1:

Começou por volta das 11h deste domingo (28) o velório de Walter Alfaiate, na sede do Botafogo, na Zona Sul do Rio. O corpo do sambista, que morreu de falência múltipla dos órgãos no último sábado (27), será enterrado às 17h, no Cemitério São João Batista, no mesmo bairro. 

Sobre o caixão, bandeiras da Portela, da escola Foliões de Botafogo e de seu time do coração, além do tradicional chapéu panamá garantiam a elegância da despedida de Alfaiate. O cantor e compositor Zeca Pagodinho enviou uma coroa de flores.

“Walter era uma pessoa muito simples, que foi reconhecida tardiamente. Ele era um carioca acima do artista. Fizemos muitos shows juntos”, disse o sambista Moacyr Luz, que lembrou ainda o medo de avião do amigo.

Emocionada, Regina Célia Baldi contou que cuidou por dez anos do compositor.

“A história de tudo está naquele chapéu. Ele passou por muitas dificuldades e sofreu muito”, diz ela, que costumava preparar chá de romã para garantir a boa forma da voz da cantor.

O cantor e compositor deixa três filhos.

Internação 

O músico estava internado em estado grave há cerca de dois meses no Hospital da Lagoa, na Zona Sul da cidade. Alfaiate, que teve falência múltipla dos órgãos, sofria de enfisema pulmonar, ineficiência cardíaca, arritmia, insuficiência renal, gastrite e esofagite.

O sambista havia sido transferido para a unidade de saúde em dezembro. Anteriormente, ele foi internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Instituto estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, no Humaitá, também na Zona Sul, por quase um mês.

Mais de 200 sambas

Com mais de 50 anos de carreira, Walter Alfaiate compôs mais de 200 sambas.

Na juventude, o sambista começou criando músicas para blocos de carnaval cariocas e participando de rodas de samba de destaque na época.

Mas só foi descoberto pelo grande público nos anos 1970, quando teve três de suas canções gravadas por Paulinho da Viola — “Coração oprimido”, “A.M.O.R. Amor” e “Cuidado, teu orgulho te mata”.

Desde a década de 1980, Alfaiate integrava a ala de compositores da Portela.

Seguem 4 fotos mais ou menos que tirei ontem e hoje do trabalho PASSAGEM. Registros rápidos feitos com o telefone mesmo durante a montagem. É  uma instalação com vergalhões de aço 1020 de perfil quadrado de meia polegada que criei especialmente para a exposição coletiva Projetos (in)Provados com curadoria de Sonia Salcedo del Castillo. Os artistas são: Fernanda Junqueira / Guga Ferraz / Jarbas Lopes / Marcos Chaves / Neno del Castillo / Regina de Paula e Luiz Monken / Raul Mourão / Ricardo Becker / Ronald Duarte / Suely Farhi / Zalinda Cartaxo.
 
A exposição inaugura na próxima segunda as 19h. Quem quiser comparecer a inauguração deve apresentar o convite impresso ou mandar seu nome pra mim mesmo no email raul@raulmourao.com.

Exposição “Projetos (in)Provados”
CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Galeria 2Av. Almirante Barroso, 25, Centro (Metrô: Estação Carioca)
Abertura: 01 de março de 2010, às 19h (para convidados e imprensa)
Visitação: 02 de março a 18 de abril de 2010
Horário: De terça a sábado, das 10h às 22h; domingo, das 10h às 21h
Telefones: (21) 2544-4080 / 2544-1099 / 2544-7666
Classificação: Livre
Entrada franca
Acesso para portadores de necessidades especiais

Assessoria de Imprensa
CAIXA Cultural Rio de Janeiro
Tel. (21) 2202-3086 / 2202-3096
E-mail: cultura.rj@caixa.gov.br
www.caixa.gov.br/caixacultural

Eu ainda vou escrever sobre o Carnaval conforme prometi ao meu camarada Fred Coelho (que colocou lindo texto lá no Objetosimobjetonão sobre nossos dias entre séculos). Eu ainda vou escrever sobre a melhor fantasia de carnaval que Bia e Vergara criaram no sábado de manhã no Céu na Terra (foto acima). Eu ainda vou escrever sobre o namorado da Juno. Eu ainda vou escrever sobre a cura definitiva da ressaca (em breve nas melhores lojas de Ramos). Eu ainda vou escrever sobre os blocos, sobre a avenida e sobre o Biliu (que vai estrear coluna regular aqui no b®og). Enquanto eu não escrevo nada disso segue o relato momesco do meu chapa Pedro Seiler que eu peguei lá no blog Antológico.

Lugar quente é na cama

Quando termina o carnaval já bate uma saudade, mas o bom é ter a certeza que ano que vem tem mais!

Esse carnaval foi diferente dos demais carnavais. Foi um carnaval de afirmação da cidade, do espírito carioca, um carnaval que correu super bem, que soube crescer e que , juntamente com a copa do mundo, as olímpiadas, o sucesso das upps, veio no clima de recuperação da auto estima do carioca.

Claro que a cidade continua com problemas e não quero ser “polyana” ou tampar o sol com a peneira, mas a cada vez que era cantado “cidade maravilhosa”, todos cantavam com contade, com orgulho, sentindo o momento de afirmação e vendo um futuro melhor.

Meu carnaval foi bastante intenso, e, uma das grandes qualidades do atual carnaval do rio, é que tem carnaval para todos os gostos. E sempre vão ter os blocos menores, mais vazios, os mais tradicionais, os mais cheios, além dos blocos de playboy em ipanema/leblon e em alguns outros pontos da zona sul que eu passo bem longe. Mas acho ótimo eles existirem.

Esse ano não tem como não elogiar a iniciativa do poder público de fazer parcerias para instalar banheiros quimicos, colocar a comlurb para limpar logo após o termino dos blocos, além de colocar operadores de transito. O carnaval de rua, que além de divertir milhões de cariocas, gera milhões em receita para a cidade, renasceu sem nenhum apoio do governo, e nada mais justo que o governo agora trabalhe para dar uma infra melhor aos foliões.
Sim, o número de banheiros não foi suficiente, os banheiros não tiveram a manutenção adequada e alguns locais ficaram muito sujos e com transito ruim. Mas isso vai se aprimorando a cada ano, e sao 3 milhoes de pessoas na rua!?!?!? Essas pessoas que reclamam e ficam pedindo o fim dos blocos, tem que aprender a viver em sociedade e ceder um pouco. É como se quem morasse na praia de copacabana reclamasse que todo dia 31 de dezembro tem fogos na sua janela. Sai da cidade no carnaval então, é época de folia. é tradicao.

Bom, vou dividir aqui um pouco da minha experiência em alguns blocos, apesar de que o melhor do carnaval é o clima. é voce sair de casa cedo, curtir a cidade de um jeito totalmente diferente, se fantasiar, estar com amigos, andar por lugares que vc não anda normalmente, sentar para almoçar com pessoas queridas num clima único, beber (muito), cantar, pular, ver todos fantasiados, brincar, enfim, se divertir.

cordão do bola preta:

Pra mim é a melhor expressão do carnaval. democrático. verdadeiro. o centro da cidade pulsando, e mais de um milhão de pessoas pulando e cantando. eu chego bem cedo, pra ver a cinelândia se transformando e curto ir grudado na corda, ao lado da banda. um mar preto e branco, e com muita gente muito fantasaida.
é perrengue? sim. praticamente todos do nosso grande grupo foram assaltados, no balanço da multidão os bolsos são sempre alvos facéis. mas valeu muito a pena. foi meu quarto bola preta e provavelmente o melhor.

sassaricando:

depois do bola praticamente qualquer bloco parece um encontro de tias velhas para um chá. mas o sassaricando foi bem divertido. o local (glória) é muito certeiro para o bloco. comentários negativos: a falta total de cerveja e bebidas e o repertório. cantar essas marchinhas novas desse concurso inventado pela fundição e pelo fantátisco não rola. elas não pegam e não vão pegar.

vale ressaltar o almoço inesquecível no aconchego carioca. água na boca só de lembrar.

boitatá:

a chegada na praça xv parece um sonho. ou como entrar no livro alice no país das maravilhas. uma multidão fantasiada, muitas cores, todos realmente no clima lúdico e poético do carnaval. totalmente diferente e complementar ao bola preta.
o desfile foi bem bacana. lindo. bem cheio e totalmente diferente do que já foi, mas eles souberam crescer e esse novo modelo vem funcionando. o fim, com as escadarias já tomadas, foi demais. depois fizeram o tradicional show, que esse ano teve até bob marley no repertório. muito bacana. todos os bares das redondezas cheios, maior climão.

boitolo:

antes do inicio do show do boitatá, partiu o boi tolo. bloco ótimo, passeando pelas ruelas do centro, uma energia incrivel, pessoas nas janelas, a mistura dos predios históricos com a batucada, lindo.

e depois um almoço no capela. espancante.

cordao umblical:

na segunda de manhã, o melhor programa, faz tempo, é o cordão umbilical. bloco totalmente infantil (a partir do ano que vem sugiro só deixar entrar quem tiver acompanhado de uma criança!). estive presente em diversos desfiles deles, desde 2006, e é sempre muito emocionante. bebes de colo, carrinhos, muitas cores, um bloco em slow motion, e que leva todos as lágrimas as passar em frente ao hospital espanhol, com os pacientes indo nas janelas, acenando, e o bloco inteiro cantando bem baixinho. lindo.

Pausa para um rápido almoço e a melhor supresa do carnaval. a espontaneidade, marca do carnaval do rio, emplacou no bloco mais divertido que eu já tive o prazer de participar. Ouso dizer que se eu pudesse inventar um bloco do zero, do jeito que eu quisesse, não seria tão bom quanto o que o pessoal do epa rei fez. Inclusive fiz questão de parabenizar eles após o desfile anárquico desse carnaval.

epa rei:

com saida atrás do centro cultural carioca, o desfile começou quente. era demais ver as decisões deles sobre trajeto e repertório sendo tomadas na hora, bem freestyle.
e o bloco foi ganhando adeptos de uma forma sinistra, ouso dizer que foi o bloco do sms.

o repertório merece destaque absoluto. arranjos matadores, tocados por uma banda excelente para clássicos do cancioneiro pop, alem de varias marchinhas, que eram cantados por todos os presentes, com largos sorrisos. alguns exemplos:

reggae night
adocica
fogo e paixao
dancing queen
como um deusa
i want to break free
do leme ao pontal
me de motivo
thriller
amigo
jesus cristo
que tudo mais va pro inferno
love me tender
marcha imperial
hey jude

o fim do bloco foi nas escadarias do palácio tiradentes , com uma multidão fazendo a coreografia de thriller. inesquecivel.

Continunado minha maratona, fui para o sambódromo, conferir os desfiles da escolas de samba. eu adoro, e fico com pena de não desfilar quando passo o carnaval no Rio. Realmente os preços assustam mas que privilégio ter um carnaval com tanta diversão gratuita nas ruas, e ainda um show espetacular como os desfiles!

Falando disso recomendo muito um texto de marcelo moutinho, no globo de ontem, sobre os desfiles. Como tudo que cresce, as escolas estão passando por momentos de transição mas em breve voltaremos a ver belos momentos da avenida.

Terça feira não consegui fazer nada, pois na segunda saí de casa as 9.30hrs da manhã para retornar na terça as 7.30hrs… pura folia. Mas adoraria ter ido no bloco da ansiedade, só de frevo, em laranjeiras.

infelizmente não consegui ir no desfile do cacique de ramos, ficou pro ano que vem!

Vale falar também do fim de semana anterior ao carnaval, que a cada ano se prova a melhor pedida.
O desfile do céu na terra, com a banda no bondinho, menos gente, é imperdivel. E o gigantes da lira, salvo esse ano pela mudança de horário, foi mágico.

viva a folia!