A Casa Daros, em parceria com CCBB RJ, MAM Rio e Oi Futuro, tem o prazer de convidar para o último encontro do Meridianos neste ano, que reunirá Julio Le Parc (Argentina), um dos mais importantes artistas cinéticos do mundo, e Iole de Freitas (Brasil). O programa é um ciclo de debates públicos que vem ocorrendo ao longo de 2011 entre artistas representados pela coleção Daros Latinamerica. Saiba mais sobre a programação em

29.novembro.2011 / às 18h30
Local: CCBB Rio – Teatro I 

Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro / Rio de Janeiro
Entrada franca (inscrição pelo email meridianos@casadaros.net) 

Exposição, intervenções urbanas, vídeos, performances, oficinas, palestras e festas na favela da Maré 
Artistas Alexandre Sá, André Komatsu, Chelpa Ferro, Eli Sudbrack (AVAF) Emmanuel Nassar, Filé de Peixe, Henrique Oliveira, Lucia Koch, Marcelo Cidade, Marcos Chaves, Matheus Rocha Pitta, Michel Groisman, Raul Mourão, Ricardo Carioba, Rochelle Costi, Coletivo Pandilla Fotográfica e Davi Marcos. 
Galpão Bela Maré e Centro das Artes 
Rua Bitencourt Sampaio 169, Ramos
(próximo à Av Brasil, entre as passarelas 9 e 10) 

Abertura: 26 de novembro de 2011, sábado, às 16h
Até 18 de dezembro de 2011
Curadoria: Daniela Labra, Fred Coelho e Luisa Duarte
Realização: Observatório de Favelas, Espiral e
Automatica
Patrocínio: Petrobras e
Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro 
(Lei do ICMS) 
A partir do dia 26 de novembro, e até 18 de dezembro de 2011, será realizado o projeto “Travessias”, que apresentará no Galpão Bela Maré, em Nova Holanda na Maré, e ruas adjacentes, trabalhos criados especialmente para este projeto pelos artistas Alexandre Sá, André Komatsu, Chelpa Ferro (Luiz Zerbini, Barrão e Sergio Mekler), Eli Sudbrack (AVAF), Emmanuel Nassar, Filé de Peixe (Alex Topini, Fernanda Antoun e Felipe Cataldo), Henrique Oliveira, Lucia Koch, Marcelo Cidade, Marcos Chaves, Matheus Rocha Pitta, Michel Groisman, Raul Mourão, Ricardo Carioba, Rochelle Costi, Coletivo Pandilla Fotográfica e Davi Marcos.
Iniciativa do Observatório de Favelas, que comemora dez anos de atividades, o projeto “Travessias” tem curadoria de Daniela Labra, Fred Coelho e Luisa Duarte, e patrocínio da Petrobras e Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, via Lei do ICMS. “Travessias” é a primeira atividade do Galpão Bela Maré, que se propõe a ser um centro cultural dedicado às artes visuais na região. Além do Observatório de Favelas, o “Travessias” é uma realização da Espiral, com direção executiva de Letícia Monte, e da Automatica, com coordenação geral de Luiza Mello.

Abaixo algumas fotos q eu fiz na primeira visita ao Observatório/Galpão Bela Maré, quinta, 8 de setembro.



Parque 28 de novembro é um projeto que estou desenvolvendo com os arquitetos Pedro Rivera e Pedro Évora (RUA-LAB arquitetura) para a região do Complexo do Alemão. O convite partiu do secretário de segurança José Mariano Beltrame em agosto último.

O parque é uma imensa área verde com intervenções de arte e arquitetura que criam espaços de cultura, lazer, esporte e educação ambiental.  E isso é tudo o q eu posso adiantar sobre o projeto no momento…

As ilustrações abaixo sairam hoje na coluna do Ancelmo Gois no Globo (veja aqui online).

 Meia quadra de basquete (suspensa sobre caixa d’agua já existente) – fotomontagem RUALAB

Praça das esculturas – fotomontagem Quito

No dia sábado, dia 26 de novembro, inaugura no Galpão Bela na favela da Maré a exposição coletiva Travessias com curadoria de Daniela Labra, Frederico Coelho e Luisa Duarte. Com os artistas Andre Komatsu, AVAF, Henrique Oliveira, Lucia Koch, Luiz Zerbini, Marcelo Cidade, Marcos Chaves, Matheus Rocha Pitta, Raul Mourão, Ricardo Carioba, Rochelle Costi, Alexandre Sá, Filé de Peixe e Michel Groisman.

Travessias é uma iniciativa do Observatório de Favelas, com coordenação geral do Jailson de Souza, produção da Automática e da Espiral, arquitetura do escritório RUA e design gráfico do Tonho.

As imagens abaixo são os primeiros estudos que desenvolvi com o Quito para a exposição.

 

Trecho do programa de tv sobre arte contemporânea, CATÁLOGO, criação do diretor Marcos Ribeiro. Produzido pela TV Imaginária Produções, CATÁLOGO é uma realização CANAL BRASIL.


Lá no canal da Tv Imaginária no YOUTUBE é possivel assistir outros programas da série CATÁLOGO com Antonio Dias, Beatriz Milhazes, Afonso Tostes, Victor Arruda, Fernanda Gomes, Paulo Pasta, Marcos Chaves, Cabelo, Angelo Venosa, Leda Catunda, Iole de Freitas, Carlos Bevilacqua entre outros.

Lucia Koch — Café extra-forte/ Extra-strong coffee, 2011 — Lambda Print — 270 x 456 cm

artistas / artists
Alberto Baraya — Antonio Dias — Antonio Manuel — Artur Lescher — Carlito Carvalhosa — José Patrício — Lygia Pape — Lucia Koch — Melanie Smith — Paul Ramirez Jonas  — Paulo Bruscky — Raul Mourão

clique aqui para ver as obras / click here to see the works 

datas e horários / dates and time11.11 / 14-20h
12.11 / 12-20h
13.11 / 12-19h

local / location
7 W New York – 7 West 34th Street, at 5th Avenue
New York, USA

galeria nara roesler
avenida europa 655
01449-001
são paulo sp brasil
t 55 (11) 3063 2344
f 55 (11) 3088 0593
info@nararoesler.com.br

www.nararoesler.com.br 

METAMORFOSES DO MERCADO DE ARTE –      Curso ministrado por George Kornis e Fabio Sá Earp

METAMORFOSES DO MERCADO DE ARTE – Atelier Subterrânea  Curso ministrado por George Kornis e Fabio Sá Earp
De 31 de outubro a 5 de novembroAulas de Segunda a Sexta, das 18h às 22h. Sábado, das 16h às 20h palestra gratuita.

Incrições pelo email: contato@subterranea.art.br
O curso, ministrado na Subterrânea (Av. Independência, 745/Subsolo) por George Kornis e Fabio Sá Earp, especialistas em economia da cultura, propõe 24h de debates sobre perspectivas e estratégias contemporâneas do mercado e do colecionismo de arte.
1ª aula:
Panorama histórico do mercado de arte
. a gênese do mercado
. o mercado de arte moderna
. o mercado de arte contemporâneo
(às 20h coffee break de 20min)
Estrutura e função dos agentes do mercado
. artistas
. comerciantes
. colecionadores
2ª aula:
Panorama do mercado mundial de arte
. centro e periferia
. principais mercados
. mercados emergentes
(às 20h coffee break de 20min)
3ª aula:
Breve histórico do mercado de arte no Brasil
. a gênese do mercado
. o desenvolvimento nos anos 70 e 80
. o novo mercado desde os anos 90
(às 20h coffee break de 20min)
4ª aula:
O mercado de arte no Brasil contemporâneo
. centro e periferia
. problemas e soluções
(às 20h coffee break de 20min)
5ª aula:
18 anos de lei Rounet: alguns resultados. Debate
(às 20h coffee break de 20min)
6ª aula (Debate aberto a público na Subterrânea):
Tema Estratégias Contemporâneas  do Mercado e do Colecionismo de Arte
Valor do curso: R$600,00 (2 x R$300,00 ou 3 x R$200,00)
Sobre os professores:
George Kornis–  Economista, Professor  Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Pesquisador Associado ao Grupo de Pesquisa em Economia do Entretenimento  da UFRJ, Professor da Escola de Artes Visuais do Rio de Janeiro(EAV/Parque Lage) e autor de diversos textos em economia da cultura entre os quais destacam-se A Cadeia Produtiva do Livro no Brasil(2005) e Estudo da Cadeia Produtiva das Artes Visuais (2010). Também atua como Curador e Colecionador de arte.

Fábio Sá Earp– Economista, Professor Associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Coordenador do Grupo de Pesquisa em Economia do Entretenimento  da UFRJ, Professor da Escola de Artes Visuais do Rio de Janeiro (EAV/Parque Lage) e autor de diversos textos em economia da cultura entre os quais destacam-se Pão e Circo (2002), A Cadeia Produtiva do Livro no Brasil (2005) e Estudo da Cadeia Produtiva das Artes Visuais (2010).

Adriana Varejão Awarded
the 2011 Cultural Merit Order 
In recognition of Adriana Varejão’s contributions towards the promotion of Brazilian arts and culture on national and international levels, the artist has been selected by the President of Brazil as the recipient of the 2011 Cultural Merit Order award. The award will be delivered by President Dilma Roussef at a ceremony that will take place on 9 Novemeber, 2011, at the Santa Izabel Theater in Recife, in the state of Pernambuco.

Born in 1964 in Rio de Janeiro, where she lives and works, Adriana Varejão is one of Brazil’s leading contemporary artists. Her work is included in the collections of the Tate Modern, London; the Solomon R. Guggenheim Museum, New York; the Hara Museum in Tokyo, and the Museum of Contemporary Art San Diego, among others. In 2008, the Centro de Arte Contemporaneo Inhotim installed a permanent pavilion devoted to the artist’s work. Varejão has exhibited extensively internationally – including at the Biennale of Sydney, the Venice Biennale, and the Sao Paulo Biennial – and has had solo exhibitions at the Centro Cultural Banoo do Brasil, Rio de Janeiro; the Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris; Centro Cultural Belém, Lisbon; and the Hara Museum, Tokyo. In 2012, Adriana Varejão will have solo exhibitions at the Museo de Arte Moderna (MAM) in São Paulo and Rio de Janeiro.

A GENTIL CARIOCA convida para exposição de João Modé
Depois de ocupar o sótão da galeria em 2007 com a exposição ‘A cabeça’, João Modé apresenta no espaço expositivo desenhos, fotografias e objetos feitos com materiais diversos que se relacionam com a idéia de malha. Uma grande rede [material usado pelo artista a mais de uma década] conecta as duas salas da galeria.
João Modé nasceu em Resende, RJ. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Seu trabalho articula-se por uma noção plural de linguagens e espaços de atuação. Participou da 28ª Bienal de São Paulo [2008], da 7ª Bienal do Mercosul [2009] e da Bienal de Praga [2003]. Alguns projetos, como REDE – desenvolvido em diversas cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Berlim e Rennes – e Constelações, envolvem a participação direta do público. Ainda este ano participará do Arte Pará como artista convidado, da coletiva Viajantes contemporâneos, na Pinacoteca do Estado de São Paulo e fará individual Para o Silêncio das Plantas, nas Cavalariças do Parque Lage. Recentemente fez exposição individual no MAMAM, Recife [De Sertão, 2010] e na Fundação Eva Klabin no Rio de Janeiro [2009]. Participou do Panorama da Arte Brasileira de 2007. Entre as exposições no exterior, estão: The Spiral and the Square , Bonniers Konsthall, Estocolmo, Suécia [2011-2012]; connect – A Gentil Carioca na IFA Galerie de Berlim e Stuttgart [2010-2011]; Brazilian Summer.Art & the City, Museum Het Domein, Sittard, Holanda [2008]; Stopover, Kunsthalle Fribourg, Suíça [2006]; Unbound, Parasol Unit, Londres [2004]; Entre Pindorama, Künstlerhaus Stuttgart [2004]; e Slow, Shedhalle, Zurique [2003]. Desenvolveu projetos com Capacete Entretenimentos [Rio], Le Centre du Monde [Bruxelas], Casa Tres Patios [Medellin], Watermill Center [NY], entre outros. Tem formação em Arquitetura e Programação Visual, com mestrado em Linguagens Visuais pela UFRJ. Foi membro fundador do grupo Visorama, que promoveu debates acerca das questões da arte contemporânea entre o final dos anos 1980 e a década de 1990.
CAMISA EDUCAÇÃO
A GENTIL CARIOCA realiza o projeto Camisa Educação desde 2005. A cada nova inauguração na galeria convidamos um artista a realizar um projeto para uma camisa na qual a palavra “educação” está escrita. Nesta edição haverá o lançamento da Camisa-Educação n°40 do artista Luciano Vinhosa.
João Modé

abertura 01 de outubro de 2011 de 16h às 20h
exposição de 04/10 a 26/11/2011
Lançamento da camisa educação por Luciano Vinhosa
Parede Gentil por Fabiano Gonper de 04 de junho a 26 de novembro com Gentil apoio Evelyn e Ivoncy Ioschpe
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A GENTIL CARIOCA
Rua Gonçalves Ledo, 17- Sobrado
Centro- Rio de Janeiro- 20060-020
Abrimos de terça a sexta-feira das 12h às 19h e sábados das 12h às 17h.

Saiu hoje no Segundo Caderno d”O Globo o texto lúcido e certeiro da Luisa Duarte aí abaixo.

Por um equilíbrio de forças 

Em meio ao frenesi da ArtRio, é hora de pensar na fragilidade dos outros pontos do circuito 

O desejo não é fazer o papel de quem vem estragar a festa munida de algum tipo de frustração ou recalque. Nem de longe são estes os afetos que mobilizam esse texto. Mas sim uma necessidade de se instaurar um debate em meio ao alarido causado pelo sucesso da feira ArtRio, ocorrida na semana passada. Um êxito de vendas e de público – segundo a organização foram negociados em vendas de obras cerca de R$120 milhões e mais de 30 mil pessoas estiveram nos armazéns ao longo dos cinco dias de evento.

Antes de mais nada, faço coro aos que elogiam a feira, estive lá e, de fato, parecia muito bem produzida e organizada, bem como acho fundamental que o Rio de Janeiro volte a ter um papel relevante no circuito da arte do país depois de anos e anos eclipsado.

Uma feira é um dos vetores de um circuito de arte. O valor cultural e econômico de um trabalho de arte é estabelecido por uma espécie de rede que inclui diversos agentes – galerias, colecionadores, curadores, recepção do público, museus, instituições, jornalistas, críticos. O mercado tem um lugar nessa rede que valida artistas e suas obras, mas em um circuito desequilibrado como o nosso o lugar ocupado pelo mercado está, hoje, grande demais. E o problema não está no mercado, este faz cada vez melhor o seu papel. O problema está em outros pontos do circuito. Em um cenário no qual museus e instituições são extremamente frágeis, no qual acervos e coleções públicas são escassas, no qual o espaço para a crítica de arte é cada vez menor, em um cenário como este é preciso parar e pensar quando se testemunha um frenesi como o que se viu durante e após o sucesso da ArtRio.

Artistas se referindo ao evento como um “momento mágico”… Menos, menos. Seu sucesso é inquestionável e sua existência bem vinda. Mas será que a mesma elite econômica da cidade e do país que foi até a feira gastar o seu dinheiro tem olhos abertos para as instituições da sua cidade e do seu país – como vai o MAM, como vai o MASP? Vejam bem, acho que feira é feira, espaço não de reflexão e educação, mas de venda e compra de arte – mesmo que espaços curados como os Solo Projects promovam um respiro “reflexivo”. Assim, não reclamo para a feira um papel que não é o dela, mas reclamo da sociedade, de nós mesmos, dos agentes do circuito e do poder público – forte aliado da ArtRio – um olhar mais atento para as fragilidades do circuito como um todo.

No circuito do país, tanto o espaço para o exercício da crítica é escasso, quanto a formação de acervos públicos é frágil. A crítica é um lugar no qual elementos como aposta e dúvida têm vez. A presença da crítica é fundamental na constituição de um espaço público da arte. Na crítica existe a chance de se rever o consenso e contribuir para uma história da arte que nem sempre coincide com aquela desenhada pelo mercado. Já as coleções públicas de museus e instituições são os lugares por excelência para se contar uma história da arte e, consequentemente, os lugares para uma educação do olhar. Sem falar que espaços de ponta como um MoMa (Nova York) e uma Tate Modern (Londres) são hoje verdadeiros chamarizes turísticos de suas cidades. Só que, nestes casos, existe a inteligência de se aliar o turismo que rende dinheiro, com um papel consciente de elites econômicas que contribuem para a existência daquelas coleções públicas. No Brasil as elites econômicas ainda não têm essa consciência. É exemplar o caso do MASP. Na última década o museu chegou a ter a luz cortada por falta de pagamento quando era então presidido por Julio Neves, por sua vez arquiteto do edifício que abrigava a Daslu, o então maior complexo de vendas de roupas de luxo do país. Proximidade com os donos do dinheiro nunca faltou ao MASP. Mas se pergunte se alguém, algum dia, hesitou em gastar R$ 10.000 em uma roupa ou, no lugar disso, contribuir minimamente para o acervo do MASP ou a manutenção do maior museu da sua cidade e empreender assim um papel de cidadão que intervém no destino público da arte realizada no país em que vive e no qual crescerão os seus filhos?

A maior coleção de arte construtiva do Brasil, de Adolpho Leirner, foi oferecida mais de uma vez para instituições brasileiras. Nenhuma delas se interessou ou encontrou condições para viabilizar a compra. Resultado, a coleção encontra-se hoje em uma instituição norte-americana. O mesmo ocorreu com parte da obra de Helio Oiticica. Esses fatos relatam a nossa própria incapacidade de preservar e exibir tesouros da nossa cultura. Estes seriam passos fundamentais para a formação de um país, de uma cultura, e da gente que aqui vive.

Em um circuito de arte cujas forças são tão desequilibradas como é o caso do Brasil é preciso, em meio ao frenesi causado pelo evento ArtRio, recordar a nossa precariedade de fundo. A arte tem, em si mesma, uma capacidade de crítica, de ruído, de atrito com o mundo – “I shop therefore I am”, trabalho de Barbara Kruger que ilustra esse texto fala criticamente sobre a arte como mercadoria mimetizando a lógica da publicidade. Não edulcorar a relação entre arte e mundo, não domesticar a arte, é também o que pode ocorrer quando temos um circuito mais equilibrado. Ou seja, temos em mãos o desafio de instaurar um contexto no qual o descompasso entre os diversos vetores que constituem o circuito da arte seja menor. Para isso é preciso ter olhos abertos para perceber a importância de uma feira de arte, bem como também notar a fragilidade do contexto no qual ela está inserida.

Luisa Duarte, setembro 2011

Queremos Os Paralamas do Sucesso tocando Selvagem? no Rio! É verdade rapaziada… O pessoal do Queremos! botou no ar na sexta passada a primeira ação envolvendo um artista nacional. Vai lá no site pra garantir sua participação nessa noite histórica!

tá lá no site deles…

Nos 25 anos de lançamento desse disco clássico, os Paralamas tocarão ele de ponta a ponta, no Circo Voador.

Temos até Quarta-Feira, 21 de Setembro para confirmar essa apresentação histórica.

Compre seu ingresso-reembolsável e ajude a garantir mais esse show!

Se confirmado, o show será no sábado, 29 de outubro, no Circo Voador.

Os Paralamas do Sucesso já haviam estourado com “Vital e Sua Moto”, “Óculos”, “Meu Erro”, “Romance Ideal” e “Mensagem de Amor” dos seus dois primeiros discos, porém foi com “Selvagem?” que a banda se consolidou, encontrando a sonoridade que marcou a estética da banda. Produzido por Liminha, foi um disco inovador, encharcado de influências brasileiras e de reggae (incluindo os dois primeiros dubs lançados num disco brasileiro, “Marujo dub” e “Teerã dub”) e sucessos gigantescos: pelo menos metade do repertório são hits.

A missão:

Precisamos levantar R$ 60 mil para cobrir os custos e garantir o show no Rio. A data limite é 21 de Setembro, próxima Quarta-Feira.

São 300 ingressos reembolsáveis de R$ 200. Se não forem vendidos todos, o show não sai e esse valor é devolvido integralmente.

Confirmado o show, a venda de 1.900 ingressos (R$ 50) garante o retorno integral de quem comprar o ingresso-reembolsável.

Com o possível apoio de empresas (limitados a 50% das unidades), esse número vai diminuindo e a chance de reaver o dinheiro aumenta.

Temos até o dia 21 de Setembro, vamos nessa!

Achei Questões estrangeiras agora lá no site da Piauí. Ando pesquisando sites e blogs sobre o Rio de hoje e do futuro. Alguém aí tem uma dica legal pra mim?

Uma introdução

O Brasil era a última coisa que passava na minha cabeça quando entrei na faculdade. Tenho dezenove anos, sou americana e estudo na universidade Princeton, nos Estados Unidos. Não tenho nenhuma relação de família com o Brasil. Estava certa de que me formaria em Letras ou História. Para me manter afiada no espanhol, fiz algumas aulas de literatura latinoamericana – o suficiente para, quem sabe, ir à Espanha ou México sem passar vexame. Minha única ligação com o Brasil era o fato de ter visto o filme Cidade de Deus. Agora, dois anos depois, estou morando no Rio.
O que aconteceu nesse tempo?
Comecei estudar português. Traduzi uma biografia de Carmen Miranda para o inglês. Fiquei ligeiramente apaixonada, chorei no capítulo que ela morria, comecei a escutar as músicas dela, descobri Francisco Alves, Noel Rosa, e fiquei obcecada com a música popular brasileira nos anos 20 e 30. Lutei por um ano para pronunciar corretamente a vogal “a” em “criança”. Cobri o festival de cinema brasileiro em Miami para uma emissora local, comecei traduzir mais literatura brasileira, fiz meus amigos escutarem Carmen Miranda, descobri a Tropicália, fiz meus amigos escutarem Caetano Veloso, dominei o “a” em “criança”, li e reli e reli A Hora da Estrela, e, mesmo com um pouco de medo de ser atropelada como Macabéa, decidi ir para o Rio de Janeiro de qualquer maneira.
Esta é a versão bem resumida. (A versão longa inclui meu relacionamento de amor e ódio com Terra em Transe, meu relacionamento de amor-e-amor com O Livro do Desassossego e minha decisão de me formar em espanhol, português, e estudos da América Latina).
Num dos meus primeiros esboços em português, escrevi sobre um sonho que tive:
Vi um Rio de Janeiro onírico; uma cidade construída quase totalmente pelos filmes brasileiros que eu vira. Os morros eram os de Orfeu Negro, os prédios de Central do Brasil, as praias as em que brincava (brevemente) Pixote, e o Jardim Botânico do romance malfadado de Macabéa e Olímpico de Jesus. Viajei por esta cidade fictícia por uma espécie de bonde, incrédula e extasiada… Parou o bonde e eu desci em frente do Maracanã (o Maracanã de O ano em que meus pais saíram de férias, suponho). Cai ajoelhada na calçada e chorei.
Admito que ainda não chorei de joelhos diante do Maracanã, nem pretendo fazer isso. Mas o Rio permanece com uma atmosfera um pouco onírica. É estranho visitar os mesmos lugares frequentados pelas pessoas que passei a idolatrar por causa das minhas pesquisas (ainda que o Rio Antigo de Carmem Miranda esteja no passado, ou que Glauber não esteja mais por aí to para trocar umas idéias). Por outro lado, percebi que a cidade tem muito mais vida do que jamais poderia ter imaginado. É, sem dúvida, um lugar real, com todas as complicações de uma metrópole. Até dezembro, estarei aqui fazendo a minha cidade fictícia ganhar vida (sempre me assegurando de olhar para os dois lados antes de atravessar a rua).
Os posts que seguem serão em inglês. Não porque eu não fale português, mas porque estou convencida de que meu senso de humor é um pouco intraduzível. Espero que me acompanhem.