Michel Serres disse:
O mundo grita de dor porque entra em trabalho de parto. Mesmo sob sérios riscos, devemos inventar novas relações entre os homens e a totalidade do que condiciona a vida: planeta inerte, clima, espécies vivas, visíveis e invisíveis, ciências e técnicas, comunidade global, moral e política, educação e saúde… Trocamos nosso mundo por outros mundos possíveis, e deveremos abandonar inumeráveis paixões, idéias, hábitos e normas que inspiraram nossa breve duração histórica. Penetramos num ramo evolutivo.
Em eras precedentes, nenhum saber teve necessidade de conceber nem conduzir projetos tão vitais: reinventar a universalidade do indivíduo, reconfigurar seu habitat e tecer novas relações. Por ter de repensar tudo, a filosofia modifica seu alcance explicativo e assiste ao crescimento de sua responsabilidade. Ou aparecerá um novo homem, um cidadão do mundo, ou a humanidade estará ameaçada. Devemos estabelecer a paz entre nós para salvaguardar o mundo e a paz com o mundo para nos salvar.
Assim começa o livro Ramos de Michel Serres que Fred Coelho acaba de me presentear.
Na quarta capa o texto é o seguinte:
Do que temos medo hoje em dia? Das novidades? De ter de enfrentar dificuldades brutais?
Desde seu advento, o Universo, os seres vivos e os homens criaram incessantemente leis necessárias e acontecimentos imprevisíveis. Para Michel Serres, a novidade surge do formato, assim como o ramo brota do caule. Falível e inventivo, o Filho origina-se do Pai, que dita os dogmas e as leis.
Obra de reconciliação, Ramos propoê uma estimulante releitura da história do pensamento na qual confluem, enfim, ciências, culturas, artes e religiões.
Celebração da vida e mensagem de esperança para as gerações futuras, este livro ajuda a compreender e amar a inquietude do presente.
E na orelha:
Originalmente publicado em 2004, Ramos é o quarto volume da tetralogia formada pelos títulos Variações sobre o corpo (1999), Hominescências (2001) e O incandescente (2003). A partir da constatação de que é urgente reinventar a universalidade das relações dos homens com a totalidade planetária, Serres nos incita a repensar o cotidiano sem distinções entre ciências, artes, culturas e religiões tão ao gosto do dispositivo cartesiano que comanda os saberes contemporâneos…
TÍTULO: RAMOS
TÍTULO ORIGINAL: RAMEAUX
IDIOMA: Português.
ENCADERNAÇÃO: Brochura | Formato: 14 x 21 | 224 págs.
ANO DA OBRA/COPYRIGHT: 2004
ANO EDIÇÃO: 2008
AUTOR: Michel Serres
TRADUTOR: Edgard de Assis Carvalho | Mariza Perassi Bosco