Morreu Wesley

Renata Jubran / AE



Camila Molina – O Estado de S. Paulo
Morreu nesta madrugada, no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, o artista plástico Wesley Duke Lee, aos 78 anos. Desde cerca de 3 anos ele sofria do Mal de Alzheimer e sua morte ocorreu por broncoaspiração e parada cardíaca em decorrência de sua doença. Segundo a sobrinha do artista, Patrícia Lee, não será realizado velório, mas cerimônia, amanhã, às 16 horas, no crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra.
Desenhista, gravador, pintor e professor, o paulistano Wesley Duke Lee nasceu em 21 de dezembro de 1931. Com formação nos EUA e na Europa, o artista foi um dos introdutores da Nova Figuração no Brasil.
Ousado e polêmico, realizou happenings na década de 1960 como “O Grande Espetáculo das Artes”, no João Sebastião Bar de São Paulo e criou em 1966 o Grupo Rex, com Geraldo de Barros, Nelson Leirner, José Resende, Carlos Fajardo e Frederico Nasser – a iniciativa, até 1967, se desdobrou no espaço alternativo Rex Gallery & Sons e no jornal Rex Time.

e no MAPADASARTES eu peguei o texto abaixo:
O desenhista, gravador, pintor e professor Wesley Duke Lee, um expoente da arte contemporânea brasileira, morreu aos 78 anos, às 23h do dia 12/09/10, no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Diagnosticado, há cerca de 3 anos, com o mal de Alzheimer, sua morte ocorreu por broncoaspiração e parada cardíaca em decorrência de sua doença.
Neto de norte-americanos e portugueses, Duke Lee nasceu na capital paulista em 21/12/1931. Iniciou seus estudos no curso de desenho livre do Masp, em 1951. No ano seguinte, embarcou para os Estados Unidos e estudou em Nova York até 1955, onde entrou em contato com as obras de pioneiros da pop art, como Robert Rauschenberg, Jasper Johns e Cy Twombly. Depois, viveu em Paris e voltou a São Paulo. Em outubro do mesmo ano, organizou O Grande Espetáculo das Artes, um dos primeiros happenings realizados no Brasil, no João Sebastião Bar, na Rua Major Sertório, em São Paulo, ainda apresentou desenhos eróticos da sua famosa Série das Ligas, vistos com lanternas em meio a um strip-tease.
Ele foi precursor em várias frentes artísticas (happenings, performances e instalações) e na discussão sobre o papel do mercado de arte, com quem rompeu relações criando a Rex Gallery, juntamente com os artistas Geraldo de Barros, Nelson Leirner, José Resende, Carlos Fajardo e Frederico Nasser. A Rex Gallery movimentou a cena de São Paulo entre junho de 1966 e maio de 1967 com happenings, mostras e evocações de uma maneira alternativa de se fazer mercado.
Durante a década de 1970, se interessou por cartografia, caligrafia oriental e desenhos de botânica. Em 1979, no Centro de Reprodução Xerox, em Nova York, Duke Lee realizou as primeiras experiências com a técnica, que resultou em 400 originais da série Papéis. A partir disso, o artista passou a pesquisar outras possibilidades do xerox, do vídeo, polaroid e demais formas de reprodução eletrônica da imagem.
Wesley Duke Lee se dizia influenciado pelo movimento dadaísta europeu, que mais tarde resultaria na pop art americana, e pela publicidade, sobretudo pelas cores puras que fazia uso em suas obras.
Obras do artista podem ser vistas em uma exposição retrospectiva, em cartaz até 02/10/10, na Pinakotheke Cultural, no Rio de Janeiro (r. São Clemente, 300, Botafogo). A mostra é composta por 65 desenhos, pinturas, e objetos realizados pelo criador entre 1952 e 1999. Entre 23/10 e 05/12/10, a mostra fica em cartaz na sede paulistana da Pinakotheke, localizada no Morumbi (r. Ministro Nélson Hungria, 200).


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