MAM em trânsito

O texto abaixo foi publicado na série de matérias Rio na cabeça da Revista O Globo de ontem. A ideia da série é reunir dez duplas cariocas em torno de propostas para a cidade, o arquiteto Adriano Carneiro de Mendonça foi meu parceiro no projeto de esteiras rolantes conectando o Santos Dumont e o MAM com o metrô Cinelândia.

A ideia MAM em trânsito surgiu na murada do Bar Urca. A vista do Santos Dumont, os aviões subindo e descendo bem no centro da cidade me fizeram pensar que a distância que separa o Aeroporto da estação de metrô Cinelândia é mínima. Por que não existe uma conexão entre o Aeroporto e o Metrô? Todo Aeroporto do mundo fica melhor quando está conectado ao metrô ou a um terminal de trens. O Rio, que se prepara para voltar a ser uma cidade internacional e receber bem turistas do mundo inteiro, tem que requalificar seus terminais de passageiros, suas portas de entrada.

Entre o Aeroporto e a Cinelandia está o Museu de Arte Moderna, que vive o estigma de ser um museu afastado da cidade, ilhado atrás de 2 autopistas. A passarela que o liga a cidade é conhecida como um local escuro e perigoso.

A ideia começava a ficar mais interessante. A conexão aeroporto-metrô com uma parada no MAM. Duas esteiras rolantes, com 800 metros no total, resolveria varios problemas de uma vez só. Duas linhas retas, uma no piso da rua, outra subterrânea. O aeroporto passaria a estar conectado com o metrô, o museu mais perto da cidade. Novos fluxos, mais gente circulando por alí, novos usos.

Nesse momento que o Rio se repensa e planeja passar por grandes transformações o Museu de Arte Moderna precisa ocupar um lugar de destaque no cenário cultural da cidade. O MAM está situado em um local privilegiado entre o centro e o aeroporto e ao lado da Marina da Glória que vai receber provas olímpicas. O MAM é uma instituição estratégica na construção de uma nova cidade pela sua localização, pela sua história, por sua arquitetura e acervo. O MAM é a casa do artista, o lugar do encontro, do debate e da crítica. Aproximá-lo da cidade é fundamental. O Rio é de todos nós. O museu também deve ser.
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  1. Anonymous said: